"E sabe que mais? Nunca está".

Passaram mais de duas décadas desde que Affleck se tornou mundialmente conhecido com "O Bom Rebelde" (1997), filme no qual o veterano comediante Robin Williams interpretou o mentor do jovem prodígio interpretado por Matt Damon.

Além de ser um dos atores do drama, Affleck escreveu o argumento com Damon, seu amigo de infância, e a dupla ganhou um Óscar.

"Agora estou mais perto da idade ou até mais velho do que o Robin quando interpretou esse papel, e é chocante", confessou Affleck, de 49 anos, à AFP.

No entanto, o ator reconhece que há benefícios quando se trata de interpretar personagens que "percorreram o caminho da vida", como o astuto tio que interpreta em "The Tender Bar", realizado por George Clooney e em exibição nos cinemas dos Estados Unidos desde sexta-feira (também estará disponível na plataforma Amazon Prime Video em janeiro).

The Tender Bar
The Tender Bar

“Não tendem a ser necessariamente os protagonistas, e isso muitas vezes também é uma coisa boa”, reconheceu Affleck.

Os heróis "basicamente têm de cultivar um certo conjunto de virtudes para que o público se identifique com eles, o que os simplifica de uma forma que torna um pouco mais difícil agir de forma realista", explicou.

"Acho as pessoas mais imperfeitas mais interessantes, de certa forma".

Novos papéis

Em "The Tender Bar", que estará disponível no Amazon Prime a partir de 7 de janeiro, o barman interpretado por Affleck intervém para ajudar a criar o seu sobrinho depois de este ser abandonado por seu pai, um famoso DJ de rádio.

O tio Charlie faz o possível para incutir no jovem "JR" os valores práticos da classe trabalhadora, promovendo o respeito pelas mulheres e alertando-o sobre os perigos do álcool.

Embora o filme tenha recebido críticas mistas, o desempenho de Affleck foi amplamente elogiado e valeu-lhe rendeu uma nomeação ao Globo de Ouro esta semana.

Mas essas coisas "não são mais importantes para mim da maneira que costumavam ser", disse Affleck, que ganhou seu segundo Óscar como produtor de "Argo" - vencedor de Melhor Filme -, que também dirigiu e protagonizou.

Em Hollywood, há uma tendência de "perseguir compulsivamente o próximo trabalho, sem se importar com mais nada".

Mas "o telefone pode parar de tocar" de repente, opinou.