Um 'thriller' de vingança será o primeiro projeto de Jonathan Majors no cinema após ter sido condenado por violência doméstica.
Esta quinta-feira, foi anunciado que o ator de 34 vai ser o protagonista de "Merciless", que será realizado por Martin Villeneuve, o irmãos mais novo de Denis Villeneuve ("Dune").
Descrito como um 'thriller' de vingança, a história centra-se num interrogador de topo da CIA que, após a mulher que ama ser dominada por uma força malévola, é forçado a tornar-se ainda mais sombrio para a derrotar.
As reações à participação de Majors dividiram-se nas caixas de comentários de reação à notícia e nas redes sociais.
Majors foi detido e posteriormente acusado por violência doméstica por uma agressão, tentativa de estrangulamento e assédio à sua então namorada Grace Jabbari dentro de um automóvel a 25 de março de 2023 em Manhattan.
Poucas horas após ser condenado em dezembro em duas das quatro acusações, foi despedido pela Disney, reforçando o rude golpe numa carreira que ia numa trajetória fulgurante com as estreias nos cinemas do espaço de pouca semanas de "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" e "Creed III". Em abril, recebeu uma pena suspensa, com a obrigação de participar num programa de um ano de violência doméstica e continuar as sessões de terapia.
"Merciless" é uma produção independente, sem ligação aos grandes estúdios de Hollywood, onde o ator perdeu todos os projetos e permanece 'Persona non grata'.
O seu produtor é Christopher Tuffin, ligado a "Som da Liberdade", um filme no centro das "guerras culturais" dos EUA e grande sucesso de bilheteira em 2023 onde Jim Caviezel enfrentava um grupo de tráfico sexual de crianças e apresentava mensagens religiosas evidentes e um enredo que alguns compararam às teorias da conspiração QAnon.
No comunicado oficial, citado pelo Deadline, o produtor diz "rejeitar que o tribunal da opinião pública acusações seletivas afetem a grande arte e os artistas” e invocou um argumentista boicotado por Hollywood na década de 1950 após ser acusado de ser simpatizante comunista.
"Na pós-graduação, tive a sorte de estudar escrita de argumentos com o argumentista da Lista Negra Millard Lampell (1919-1997) e aprendi com ele os perigos de deixar a política minar o processo legal e privar os artistas das suas carreiras. Considerado uma honra e um privilégio trabalhar com o Jonathan, que é um grande talento, agora que este tema foi julgado”, disse.
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