"Três Cartazes à Beira da Estrada" foi o vencedor absoluto da cerimónia dos prémios BAFTA, que se realizou este domingo à noite no Royal Albert Hall de Londres.

A comédia negra sobre uma mulher em fúria à procura de justiça depois de meses sem ser encontrado o culpado no caso de homicídio da filha que decide alugar três cartazes à entrada da sua  cidade com uma mensagem polémica dirigida às autoridades policiais ganhou cinco prémios: Melhor Filme, Filme Britânico, Atriz, Ator Secundário e Argumento Original.

"A Forma da Água", que partia para a cerimónia como o mais nomeado (12), teve de se contentar com três prémios: Realização (Guillermo del Toro), Design de Produção e Banda Sonora.

Pior do que isso é que perde o estatuto de favorito na temporada de prémios: os "Óscares britânicos", como são popularmente conhecidos, são seguidos com muita atenção para tentar perceber o que pode acontecer nos Óscares, marcados para 4 de março em Los Angeles, uma vez que a Academia de Cinema e Televisão Britânica e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas partilham uma fatia significativa de membros.

Ainda que as duas organizações não concordem no Melhor Filme desde "12 Anos Escravo" em 2013, antes disso coincidiram durante seis anos.

Fica uma consolação: a fábula fantástica serviu de inspiração ao número de abertura da cerimónia, com a atuação do Cirque de Soleil.

Com favoritismo reforçado após os BAFTA ficaram Gary Oldman (Melhor Ator por "A Hora Mais Negra" e com direito a ovação de pé na cerimónia), Allison Janney (Atriz Secundária por "Eu, Tonya"), Frances McDormand e Sam Rockwell  (Melhor Atriz e Melhor Ator Secundário por "Três Cartazes à Beira da Estrada").

Além disso, os outros filmes mais falados da temporada tiveram direito a prémios: "Dunkirk" ganhou na categoria de som e "Chama-me Pelo Teu Nome" o de argumento adaptado, enquanto "Foge" ficou representado pela distinção para o ator Daniel Kaluuya como Estrela em Ascensão, votada pelo público.

Um dos grandes momentos da cerimónia ficou reservado para o fim: o prémio de carreira atribuído ao realizador Ridley Scott, apresentado pelo príncipe William e Kenneth Branagh.

Aquele que é o último grande evento de maior mediatismo antes dos Óscares ficou marcado ainda pela passadeira vermelha preenchida pelo preto, a cor escolhida pelas atrizes e ativistas do movimento Time’s Up contra o assédio sexual e também o recentemente lançado Fundo para a Igualdade e Justiça do Reino Unido.

VEJA AS ESTRELAS NA PASSADEIRA VERMELHA.

O PALMARÉS

MELHOR FILME

  • "Três Cartazes à Beira da Estrada"

MELHOR REALIZAÇÃO

  • Guillermo del Toro ("A Forma da Água")

MELHOR ATOR

  • Gary Oldman ("A Hora Mais Negra")

MELHOR ATRIZ

  • Frances McDormand ("Três Cartazes à Beira da Estrada")

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO

  • Sam Rockwell ("Três Cartazes à Beira da Estrada")

ATRIZ SECUNDÁRIA

  • Allison Janney ("Eu, Tonya")

MELHOR FILME BRITÂNICO

  • "Três Cartazes à Beira da Estrada"

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

  • "Coco"

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

  • "A Criada" (Coreia do Sul, realização Park Chan-wook)

MELHOR DOCUMENTÁRIO

  • "I Am Not Your Negro" (realização Raoul Peck)

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO

  • "Chama-me Pelo Teu Nome"

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL

  • "Três Cartazes à Beira da Estrada"

MELHOR FOTOGRAFIA

  • "Blade Runner 2049"

MELHOR GUARDA-ROUPA

  • "Linha Fantasma"

MELHOR MONTAGEM

  • "Baby Driver"

MELHOR SOM

  • "Dunkirk"

MELHOR CARACTERIZAÇÃO

  • "A Hora Mais Negra"

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO

  • "A Forma da Água"

MELHOR BANDA SONORA

  • "A Forma da Água"

MELHORES EFEITOS VISUAIS

  • "Blade Runner 2049"

MELHOR ESTREIA POR UM ARGUMENTISTA, REALIZADOR OU PRODUTOR BRITÂNICO

  • "I Am Not a Witch" (realizador e argumentista Rungano Nyoni, produtora Emily Morgan)

MELHOR CURTA-METRAGEM BRITÂNICA

  • "Cowboy Dave" (realização Colin O’Toole e Jonas Mortensen)

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO BRITÂNICA

  • "Poles Apart" (realização Paloma Baeza e Ser En Low)

MELHOR ESTRELA EM ASCENSÃO (votado pelo público)

  • Daniel Kaluuya – "Foge"