Chegaram às salas de cinema portuguesas os mais recentes filmes de Nicole Kidman: o thriller «Antes de Adormecer», onde interpreta uma mulher que sofre de amnésia e começa a desconfiar que a sua vida não será o que lhe conta o marido (Colin Firth, seu parceiro noutro filme recente, «The Railway Man - Uma Longa Viagem») e a comédia familiar «Paddington», sucesso internacional baseado nos admirados livros de Michael Bond, onde é uma taxidermista excêntrica, num regresso aos papéis de vilã que adora.
Praticamente uma estrela desde o início da carreira, primeiro na Austrália com «Memórias dum Natal» (1983), um clássico anual naquele país, e «Os Bandidos das BMX» (1983), a atriz que hoje conhecemos começou realmente a revelar-se no pequeno ecrã com as mini-séries «Vietman» (87) e «Regresso a Banguecoque» (89).
O sucesso internacional do thriller «Calma de Morte» (89) levou-a para os EUA para «Dias de Tempestade» (90) e os braços de Tom Cruise, o seu primeiro marido, mas foi o papel da manipuladora Suzanne Stone em «Disposta a Tudo» que fez a indústria finalmente reparar e respeitar o seu talento.
Consagrada com o Óscar de Melhor Atriz pela interpretação da escritora Virginia Woolf em «As Horas», Nicole Kidman podia ter descansado sobre os elogios.
De facto, apesar de alguns passos em falso («Transgressão», «Casei com uma Feiticeira», «A Invasão» ou «Mulheres Perfeitas», que quis abandonar durante a rodagem), pode mesmo dizer-se que o Óscar lhe deu ainda mais confiança para arriscar: depois de um ano com Stanley Kubrick, foi ao encontro de Lars von Trier em «Dogville», ficou nua numa banheira com um miúdo em «Birth - O Mistério» e arriscou comparações com Grace Kelly no «biopic» da estrela que se tornou princesa do Mónaco...
Com 47 anos (20 de junho de 1967) e 47 filmes (48 se contarmos com a voz da nova esposa do ex-marido de Jodie Foster em «Sala de Pânico», que teve de abandonar por ter agravado uma lesão antiga durante a rodagem), a australiana - nascida por «acidente» em Honolulu, no Havai -, não dá sinais de abrandar o ritmo.
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