A caminho dos
Óscares 2020
O épico do realizador Sam Mendes passado na I Guerra Mundial venceu o prémio principal na cerimónia do Sindicato dos Produtores da América. O galardão é considerado um dos indicadores mais seguros do vencedor do Óscar de Melhor Filme: o troféu é atribuído desde 1990 e nos últimos 30 anos coincidiu 21 vezes com o troféu principal da Academia, incluindo nos últimos dois anos, com as vitórias de "A Forma da Água" e "Green Book - Um Guia para a Vida".
"1917" narra num plano aparentemente contínuo a história de dois soldados que correm contra o tempo para entregar uma missiva que poderá salvar 1.600 vidas, e já ganhara os Globos de Ouro de Melhor Filme - Drama e Melhor Realizador, tornando-se assim o favorito à estatueta principal num ano particularmente concorrido.
O Sindicato dos Produtores da América (ou Producers Guild of America) é uma associação de cerca de sete mil membros que congrega produtores de cinema, de televisão e dos considerados Novos Media dos EUA. Este ano, foram nomeados a Melhor Filme dez títulos, exactamente os mesmos que os nove nomeados ao Óscar de Melhor Filme, com a adição a essa lista de "Knives Out - Todos São Suspeitos".
Na categoria de animação, onde apenas três dos cinco nomeados coincidem com as nomeações dos Óscares (os produtores escolheram "Abominável" e "Frozen II: O Reino do Gelo" enquanto a Academia optou por nomear "J'ai Perdu Mon Corps" e "Klaus"), o vencedor foi "Toy Story 4", que tem acumulado a maioria dos prémios da especialidade na temporada, embora a vitória inesperada de "Sr. Link" nos Globos de Ouro não garanta certezas quanto à conquista da estatueta dourada.
Já na área do documentário está tudo completamente em aberto, com três das seis nomeações a coincidirem com as da Academia ("Para Sama", "Uma Fábrica Americana" e "The Cave"), e a vitória a pertencer a "Apollo 11", um dos filmes mais premiados do ano e uma das ausências mais criticadas da corrida aos Óscares.
Nas áreas de televisão, não houve grandes surpresas, com "Succession" a conquistar o troféu de Melhor Série na categoria de Drama, "Fleabag" a arrebatar o de Melhor Série na categoria de Comédia, e "Chernobyl" a ser eleita melhor mini-série, repetindo assim o score dos Globos de Ouro e quase o dos Emmys (em que "Succession" foi batida pela última temporada de "A Guerra dos Tronos").
Durante a cerimónia, o polémico "Leaving Neverland", sobre as alegadas relações pedófilas de Michael Jackson, ganhou ainda o troféu para Melhor Produção de Não Ficção", "Apollo: Missions to the Moon" foi considerado o Melhor Telefilme, "RuPaul's Drag Race" triunfou como Melhor Concurso, "Last Week Tonight with John Oliver" arrebatou o troféu para Melhor Programa de Entretenimento, "What's My Name: Muhammad Ali" ganhou na categoria de Desporto, "Sesame Street" venceu entre os infantis e "Comedians in Cars Getting Coffe" foi o vencedor na categoria de programas de curta duração.
A HBO foi a grande vencedora nas categorias de televisão, vencendo seis das 10 categorias, com "Succession", "Chernobyl", "Leaving Neverland", "Last Week Tonight with John Oliver", "What's My Name: Muhammad Ali" e "Sesame Street", este último produzido em parceria com a PBS.
No que diz respeito aos troféus especiais, o Milestone Award, o mais relevante prémio de mérito da associação, foi entregue a Ted Sarandos, da Netflix, o prémio David O. Selznick (que distingue o trabalho em cinema) foi atribuído a Brad Pitt, Dede Gardner e Jeremy Kleiner da produtora Plan B, o galardão Norman Lear (que distingue o trabalho em televisão) foi entregue Marta Kauffman (que tem no currículo, por exemplo, a série "Friends"), o prémio Visionary foi atribuído à atriz e produtora Olivia Spencer e o prémio Stanley Kramer, focado em produções centradas em temas sociais, foi entregue ao filme "Bombshell: O Escândalo", sobre os casos de assédio sexual na Fox News.
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