Robert De Niro, lenda do cinema norte-americano e duas vezes vencedor do Óscar, vai receber uma Palma de Ouro honorária na abertura do 78.º Festival de Cannes, a 13 de maio, informaram os organizadores da mostra esta segunda-feira.

"Há rostos que encarnam a Sétima Arte e diálogos que marcam para sempre os cinéfilos. Com a sua interpretação interiorizada, que aflora na suavidade de um sorriso ou na dureza de um olhar, Robert De Niro tornou-se um mito do cinema", destacou a organização em nota à imprensa.

O Festival não irá apenas premiar a carreira do protagonista de "Taxi Driver", "A Missão" ou "Tudo Bons Rapazes", mas também o seu papel como produtor e fundador do Festival Trieca, em Nova Iorque, acrescentou o texto.

"Os meus sentimentos pelo Festival de Cannes são muito fortes", explicou o ator de 81 anos, citado no comunicado.

"Especialmente hoje, quanto tantas coisas no mundo nos separam, Cannes reúne-nos: narradores, cineastas, admiradores e amigos. É como voltar para casa", prosseguiu.

De Niro receberá o prémio na cerimônia de abertura, e no dia seguinte dará uma "masterclass" para o público em Cannes.

A 78.ª edição do festival decorrerá entre 13 e 24 de maio. A seleção de filmes será revelada na próxima quinta-feira a partir das 11h, horário de Paris (mais uma hora do que em Portugal continental).

De Niro participou de várias edições e presidiu ao júri da mostra francesa em 2011, mas nunca recebeu um prémio de Melhor Ator.

Em Hollywood, ganhou o Óscar em duas ocasiões: como Melhor Ator Secundário no papel do jovem mafioso Vito Corleone em "O Padrinho, Parte II" (1974), de Francis F. Coppola, e Melhor Ator pela interpretação do pugilista Jake LaMotta em "O Touro Enraivecido" (1980), de Martin Scorsese.

"O Touro Enraivecido"

De Niro nasceu em agosto de 1943, em Little Italy, bairro de Nova Iorque, filho de pais artistas e imigrantes europeus.

Americano de nascimento, obteve a cidadania italiana em 2006.

Cresceu num ambiente boémio e começou a representar aos 16 anos, inicialmente no teatro.

O seu primeiro papel no cinema foi em "Festa de Casamento" (1969), de Brian de Palma, seguido de "O Dia da Violência" (1970), de Roger Corman.

Embora tenha interpretado papéis muito variados, de dramas familiares à comédia, a sua carreira permanece irremediavelmente ligada à de Martin Scorsese, que tem a propensão de escolhê-lo para papéis de mafioso ou vilão, como em "Tudo Bons Rapazes" (1990), "O Irlandês" (2019) e "Assassinos da Lua das Flores" (2023).