Cinco meses após o escândalo provocado por "hackers" que roubaram arquivos dos computadores da Sony Pictures, o WikiLeaks publicou 30.287 documentos do grupo, que podem ser acedidos facilmente pelo público.
No total, o site de Julian Assange colocou à disposição do público 30.287 documentos da Sony Pictures Entertainment (SPE), 173.132 e-mails e mais de 2.200 endereços eletrónicos do grupo.
«Estes arquivos revelam as engrenagens de uma influente multinacional. São dignos de interesse. Isto pertence ao público e o WikiLeaks vai garantir que seja assim», justificou Assange, que vive na embaixada do Equador em Londres para evitar uma deportação para a Suécia, onde é acusado de violação.
«Agora, publicados sob um formato que permite pesquisas, os arquivos da Sony oferecem uma rara visão das engrenagens de uma grande multinacional repleta de segredos», diz Assange, que aponta para as atividades de "lobby" do grupo e as suas ligações com o Partido Democrata dos EUA.
No entanto, o fundador da WikiLeaks não explica a relevância pública que justifica a disponibilização de comunicações triviais e endereços de e-mail de estrelas como George Clooney, Bradley Cooper, Adam Sandler ou Emma Stone.
A SPE já enviou cartas a vários grupos de comunicação social a pedir para ignorarem os documentos, alegando que se tratam de «informações confidenciais» da empresa obtidas de forma ilegal.
Em novembro de 2014, a Sony Pictures, filial do grupo japonês Sony, foi vítima de um ciberataque que roubou dados pessoais de 47 mil pessoas, incluindo funcionários, executivos e artistas ligados à companhia, além de documentos financeiros e até argumentos cinematográficos.
Os "hackers" teriam exigido da Sony Pictures a garantia de que iriam renunciar à exibição da comédia «Uma Entrevista de Loucos», uma sátira sobre o líder norte-coreano, Kim Jong-Un.
Washington acusou a Coreia do Norte de estar por detrás do ataque.
Finalmente, o filme foi lançado em circuito limitado.
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