Este artigo tem mais de 12 anos
Depois de três volumes, com arranque nos anos 1980, o projeto À Sombra de Deus volta a medir o pulso da nova música que se faz em Braga. "À Sombra de Deus 4 – Braga 2012", com o embalo da celebração da Capital Europeia da Juventude, já chegou às lojas. O projeto À Sombra de Deus foi delineado em 1987 por Adolfo Luxúria Canibal e Berto Borges como forma de preservar o legado musical da juventude bracarense, particularmente ativa na primeira metade dessa década, que começava a perder-se com o desmembrar dos grupos existentes. Na impossibilidade de recuperar e guardar a música desses anos, principalmente por desinteresse dos seus protagonistas, mais empenhados no presente do que no revisitar do passado, o propósito acabou por se centrar no registo do que estava então a ser feito em Braga. E era a música que aí se fazia em 1988 o que hoje se pode ouvir em “À Sombra de Deus – Braga 88”, que ficou para a história da música portuguesa como o primeiro disco publicado por uma Câmara Municipal a fazer o retrato musical juvenil de uma cidade. O projeto À Sombra de Deus seria depois continuado por Miguel Pedro que, sempre com o apoio da Câmara Municipal de Braga, organizou o “À Sombra de Deus, Volume 2” e o “À Sombra de Deus, Volume 3”, fazendo o levantamento da criatividade musical da cidade nos anos de 1994 e 2004, respetivamente. Esta continuidade, e a sua regularidade, transformariam o À Sombra de Deus num registo da atividade musical juvenil bracarense ao longo dos tempos, a primeira e única monitorização com estas caraterísticas a existir em Portugal. Num momento em que Braga volta a viver um esplendor musical coletivo, muito potenciado pelo complexo de salas de ensaio que, em 2006, a autarquia disponibilizou às bandas da cidade, e em que é celebrada a sua condição de Capital Europeia da Juventude, nasceu uma nova edição do À Sombra de Deus, espelhando a diversidade e a qualidade do que neste ano de 2012 a mocidade da urbe vem criando. “À Sombra de Deus 4 – Braga 2012” junta formações descendentes das várias gerações reveladas nos volumes anteriores a grupos de uma novel geração agora chegada à música e pondo em relevo as ramificações e movimentações de intercâmbio que caraterizam novamente a cena musical bracarense, seja com elementos de outras bandas e de outras gerações, seja chamando à cidade músicos e artistas de outras latitudes (The Astroboy, Mundo Cão, Nyx, Peixe:Avião, Estilhaços, Long Way To Alasca, Ermo, Cavalheiro, Dead Men Taling, Monstro Mau, The 1969 Revolutionary Orgy, Vai-te Foder, Palmer Eldritch, At Freddy’s House, Smix Smox Smux, Egg Box, Balão de Ferro, Governo, Mão Morta, Tatsumaki, Angúria, Hunted Scriptum e Spitting Red). <
Balão de Ferro - "Soul do Rock":
Palmer Eldricht - "Bubble Chamber":
Comentários