Depois de duas semanas de muito suor, nervosismo e competição ao mais alto nível, a edição de 2024 dos Jogos Olímpicos chegou ao fim com uma cerimónia preparada ao detalhe e que foi acompanhada em direto em todo o mundo. Além dos atletas, o espetáculo preparado ao detalhe - dias e dias de ensaios - contou com a participação de grandes estrelas.
Billie Eilish, H.E.R., Red Hot Chili Peppers e Snoop Dogg garantiram os grandes momentos no encerramento da edição de Paris. O alinhamento de ‘estrelas’ subiu ao palco como parte da entrega dos Jogos Olímpicos de Los Angeles de 2028.
A cerimónia de encerramento, que decorreu no Stade de France e nos principais cenários da cidade, arrancou com um vídeo com os melhores momentos do espetáculo de abertura, que contou com uma surpreendente atuação de Céline Dion e a participação especial de Lady Gaga.
A primeira atuação ficou a cargo de Zaho de Sagazan, que interpretou "Sous le ciel de Paris", de Édith Piaf, a partir dos o Jardim das Tulherias, onde está chama olímpica, suspensa num balão, Ao seu lado, a artista francesa teve o coro da academia Haendel-Hendrix.
Depois da atuação, Léo Marchand, o nadador francês que venceu quatro medalhas de ouro em Paris, transportou a chama Olímpica até ao Stade de France, o palco principal da cerimónia. Com a multidão em silêncio e de pé, ouviu-se o hino de França ("A Marselhesa"), interpretado pela Orchestre Divertimento, dirigida pela maestrina Zahia Ziouani.
Hasteada a bandeira francesa, centenas de atletas, em representação das 205 nações, desfilaram pelo estádio no final do primeiro ato da cerimónia. O ciclista Iúri Leitão, o primeiro português a conquistar duas medalhas na mesma edição dos Jogos Olímpicos, e a judoca Patrícia Sampaio, 'responsável' por abrir o medalheiro nacional, foram os porta-estandartes de Portugal.
No desfile, Antoine Dupont, jogador francês de rugby, tropeçou e o momento tornou-se rapidamente viral nas redes sociais.
Durante a entradas dos atletas no palco, ouviram canções de Justice e Thundercat ("The End"), M83 ("Midnight City"), Michel Polnareff ("Lettre à France") e Johnny Hallyday ("Que je t’aime"), entre outros. No final, ouviu-se um medley dos vários temas tocados durante competições - "Emmenez-moi", de Charles Aznavour, "Les Champs-Elysées", de Joe Dassin, "Freed from desire", de Gala, "We Are The Champions", dos Queen, ou "Les lacs du Connemara", de Michel Sardou.
O viajante do tempo
O segundo ato da cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris foi protagonizado pela misteriosa figura do viajante do tempo, personagem interpretada por Arthur Cadre que também se destacou no espetáculo de abertura.
"Um viajante dourado de outro espaço-tempo, personagem inspirado no mundo da ficção científica, chega ao centro do estádio e explora um mundo onde outrora foram celebrados os Jogos Olímpicos. Tal como Pierre de Coubertin, ele exuma os vestígios dos Jogos Olímpicos passados para os reavivar", resumiu a organização em comunicado.
Ao lado da personagem surgiu depois Nike, a Deusa da Vitória - na Grécia antiga, Nike era frequentemente invocada para trazer a vitória aos atletas e aos guerreiros. A sua imagem estava presente em estádios e templos dedicados aos Deuses protetores dos Jogos Olímpicos.
Com centenas de bailarinos vestidos de branco em palco, o viajante do tempo recriou o congresso que deu origem aos Jogos Olímpicos da era moderna. No final da atuação, o 'sonho' de Pierre de Coubertin torna-se realidade.
Logo depois, suspenso no ar o pianista Alain Roche interpretou o Hino de Apolo, o hino mais antigo da Grécia. Em palco, o músico esteve acompanhado pelo cantor de ópera franco-suíço Benjamin Bernheim.
No final, 'viajante dourado' e os 110 artistas juntaram-se numa coreografia para formar os anéis olímpicos. A atuação terminou com uma sessão de fogo de artifício e uma ovação das 70 mil pessoas que encheram o estádio.
Uma discoteca nos Stade de France
A primeira banda a subir a palco ao palco do Stade de France foram os Phoenix. Os franceses Thomas Mars, Laurent Brancowitz, Christian Mazzalai e Deck D'Arcy começaram por recordar "Lisztomania", tema do disco "Wolfgang Amadeus Phoenix", de 2009.
A banda transformou o estádio numa grande pista de dança e cotou ainda com a ajuda de Kavinsky, que se fez acompanhar pela belga Angèle no tema "Nightcall". Seguiu-se "If I Ever Feel Better", que contou com a participação do rapper VannDa.
Logo depois foi a vez dos Air brilharem no palco com "Playground Love".
No final do terceiro ato, Ezra Koenig, dos Vampire Weekend, juntou-se aos Phoenix em "Tonight". "1901" foi a canção escolhida para o adeus, com Thomas Mars a saltar para o meio da multidão de atletas olímpicos.
Depois do discurso de Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Maîtrise de Fontainebleau e a Orchestre Divertimento, dirigida pela maestrina Zahia Ziouani, interpretaram o hino olímpico, antes da passagem do testemunho de Paris para Los Angeles.
Adeus Paris, olá Los Angeles (2028) com Billie Eilish, Red Hot Chili Peppers e Snopp Dog
Cada um dos artistas musicais convidados para atuar na reta final do encerramento é natural da Califórnia, incluindo H.E.R., que cantou o hino nacional dos Estados Unidos ao vivo no Stade de France.
A norte-americana Gabriella Wilson, de nome artístico H.E.R. (Having Everything Revealed), teve a missão de abrir a última parte da cerimónia de encerramento e foi ovacionada.
Depois do hino nacional dos Estados Unidos, “The Star-Spangled Banner”, chegou o momento mais esperado da noite. Tom Cruise saltou do topo do Stade de France e cumprimentou os atletas, pegando depois na bandeira olímpica. Já numa moto, o ator percorreu o estádio em direção a Los Angeles - a segunda parte do segmento foi pré-gravada.
"Estou a caminho", disse Tom Cruise, apanhando um avião em Paris e saltando depois nos céus da cidade norte-americana, aterrando no famoso letreiro de Hollywood. Sempre ao som de "By the Way", a bandeira foi passando de mão em mão, até chegar ao palco onde estavam os e Red Hot Chili Peppers.
Sem pausas, na mesma praia, Billie Eilish interpretou "BIRDS OF A FEATHER", ao lado do irmão FINNEAS.
A atuação final ficou a cargo de Snoop Dogg que foi uma espécie de "mascote" dos Jogos Olímpicos de 2024. Depois de interpretar "Drop It Like It’s Hot", o artista chamou a palco Dr Dre.
Já em Paris, o último momento musical da noite ficou a cargo de Yseult, que cantou "My Way".
"Este é o maior momento da história dos LA28 até à data, quando a bandeira olímpica passa de Paris para Los Angeles", afirmou o presidente da LA28, Casey Wasserman, em comunicado.
O responsável disse ainda que todos estão “entusiasmados por apresentar o melhor de Los Angeles, com artistas locais” e gratos a Billie Eilish, H.E.R., Red Hot Chili Peppers e Snoop Dogg pela sua colaboração no que será “um espetáculo incrível para uma audiência global que dará aos fãs uma amostra do que está para vir em 2028".
A cerimónia de abertura contou com a participação de Lady Gaga e com o regresso de Céline Dion aos palcos, após o diagnóstico de síndrome da pessoa rígida, que ameaçou a sua carreira.
Los Angeles acolherá os Jogos Olímpicos pela terceira vez, tendo os anteriores sido realizados em 1984 e 1932. Será a primeira vez que a cidade irá receber os Jogos Paralímpicos.
Na sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris2024, Portugal igualou o recorde de quatro medalhas alcançado em Tóquio e chegou aos 14 diplomas.
Depois de ter conquistado a medalha de prata no Omnium, na quinta-feira, o ciclista Iúri Leitão tornou-se o primeiro português a ter duas medalhas numa edição dos Jogos, ao ladear Rui Oliveira na conquista do Madison, subindo a dupla ao mais alto lugar do pódio.
Pedro Pichardo foi medalha de prata do triplo salto enquanto a judoca Patrícia Sampaio foi a primeira portuguesa a conquistar uma medalha em Paris, com o bronze na categoria até 78 quilos.
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