A decisão foi anunciada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio de Janeiro, depois de duas organizações israelitas no Brasil terem pedido, em junho, que o cofundador da banda Pink Floyd fosse proibido de entrar no país.
Os queixosos referiam-se a um alegado traje de estilo nazi que Rogers usou num concerto que deu na cidade alemã de Frankfurt em maio, que suscitou críticas do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel por alegadamente incitar ao ódio contra os judeus.
O músico vestiu um casaco preto e uma braçadeira vermelha durante a interpretação de uma canção em que assumia a personagem de um ditador, pelo que foi acusado de ter feito uma apologia da violência nazi.
O vocalista, conhecido pelas suas posições políticas contra as ditaduras mas também em defesa da causa palestiniana, explicou na altura que a sua atuação, em que imitou uma imagem clássica do filme The Wall, era precisamente uma crítica ao fascismo e não um pedido de desculpas.
O ministro da Justiça do Brasil, Flávio Dino, após receber a denúncia feita pelo Instituto Memorial do Holocausto e pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), chegou a dizer que Waters seria preso se usasse o referido uniforme nazi no país.
Membros do Ministério Público brasileiro concordaram que a alusão ao uniforme nazi tem a intenção de provocar rejeição e não de pedir desculpas.
A decisão acrescenta que Waters pode ser criticado pelo método utilizado para expressar as suas críticas, mas não pode ser censurado pela sua forma de pensar.
Waters fará sete espetáculos no Brasil entre 24 de outubro e 12 de novembro, como parte da digressão de despedida "This is Not a Drill".
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