O célebre maestro britânico John Eliot Gardiner, de 80 anos, anunciou esta quinta-feira que cancelou todos os seus compromissos de agenda para este ano e vai procurar ajuda psicológica, depois de agredir um jovem cantor no final de agosto num festival na França.
Considerado um dos pioneiros da renovação barroca, o octogenário está no centro de um escândalo desde que a imprensa britânica noticiou que ele teria dado uma bofetada e um murro ao cantor lírico William Thomas, de 29 anos, alegando que este teria saído do palco pelo lado errado, no Festival Berlioz, em La Cote-Saint-André, na França.
"Estou a dar um passo atrás para procurar a ajuda de especialistas que reconheço que precisava há algum tempo", disse em comunicado.
"Quero pedir desculpa aos meus colegas que se sentiram maltratados e a todos aqueles que possam ficar desiludidos com a minha decisão de tirar tempo para resolver os meus problemas", acrescentou, dizendo que o seu coração "está partido por ter causado tanta angústia" e "está determinado a aprender dos meus erros".
O maestro, que atuou na coroação de Carlos III, de quem é amigo próximo, já havia sido retirado de uma apresentação em setembro no lendário festival de música clássica Proms, em Londres.
O incidente em questão ocorreu a 22 de agosto, após a apresentação da ópera "Os Troianos", de Héctor Berlioz, compositor sobre o qual Gardiner é considerado especialista. Foi substituído pelo maestro português Dinis Sousa.
Os familiares de Gardiner, citados pela imprensa britânica, mencionaram o forte calor e uma mudança no tratamento médico para explicar a reação.
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