Alicerçada na necessidade de dar a conhecer o Coliseu Porto desconhecido (sim, agora é só Coliseu Porto), a Festa Lotação Ilimitada Coliseu permitiu que o público circulasse livremente entre espaços, à partida, desconhecidos. Eomeçou por apresentar o átrio com um novo nome - Monumental Foyer - com Tiago Lessa, AKA nitronious, nos comandos.
Seguiu-se Memória de Peixe no Salão Ártico. A dupla enfrentou um público tímido, que lentamente se foi aproximando do palco, em resposta aos incentivos de Miguel Nicolau e Marco Franco.
E, sendo que o objetivo era circular, seguiu-se para o Garden Saloon. Uma salinha acolhedora, tida como “o novo bar do Coliseu Porto”, recebeu os Les Crazy Coconuts. Se a audiência estava acanhada, o sapateado de Adriana Jaulino pareceu, passo-a-passo, desinibir desinibi-la e animá-la.
Era, então, altura do primeiro “grande nome” do cartaz. E porque O Salgado, que organizou o evento, pensa na nossa saúde e boa forma, para ver e ouvir B Fachada tivemos que subir uns quantos lanços de escadas. No entanto, o público pareceu não se importar e o Salão Ártico ficou bem mais quente com o músico de Queluz. Bernardo Cruz, por outro lado, importou-se, chegando a sair de palco por problemas de som que nunca foram resolvidos na totalidade.
O rock psicadélico contrastava com o hip-hop portuense a partir das 22h30, com os Black Bombaim a animarem o Garden Saloon ao mesmo tempo que Ace, Serial e Presto inauguravam a Sala Praça. Esta foi a primeira ocasião em que a dispersão e distração causada pelos vários palcos se tornou inequívoca, acrescendo o facto de o público não estar habituado a que os concertos comecem a horas. Dividido entre Garden Saloon e Sala Praça, não permitiu que nenhum dos concertos atingisse o seu potencial máximo, facto para o qual também contribuiu uma acústica «manhosa», no concerto da banda de Barcelos.
Seguiram-se Throes + The Shine, com o seu rockuduro, que fez suar o Garden Sallon naquele que foi, de longe, o concerto mais bem recebido daquela sala.
Na Sala Praça mantinha-se no hip-hop tuga, agora pelas mãos dos Dealema. Mais uma vez devido ao (mau) hábito dos concertos começarem atrasados, no início havia apenas uma primeira fila. Felizmente, conquistadas pelas batidas pesadas e, provavelmente, pela enorme voz de Nuno Teixeira, as pessoas começaram a aparecer e a sala foi-se compondo, mas nunca – mais uma vez – em proporção ao espetáculo que se fazia em cima do palco.
Começando pelo EP de 2010, foram revisitados pelos Dealema 20 anos de carreira, tendo havido ainda espaço para rever o já clássico “Brilhantes Diamantes”, que trouxe parte dos Mind da Gap de volta ao palco.
Para alterar completamente o rumo da Sala Praça, Paulo Furtado atuou sob o nome de The Legendary Tiger Man, agora já sem distrações e com um público aceitável. Mudando de registo drasticamente, foi capaz de captar a atenção generalizada do público como não tinha acontecido até essa altura.
A FLIC acabou de seguida com o eurodance dos Gin Party Soundsystem, que entre as habituais brincadeiras conseguiram dar cabo de um Magalhães na sua estreia nos grandes palcos cobertos. De facto, não GPSS não tem mal nenhum. É bom e recomenda-se.
No fim, ficou prometida continuação “na reentrée e no início do ano”. Veremos se este novo Coliseu Porto se aproxima mais dos cidadãos portuenses e continua focado numa linha de programação própria.
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