O povo português sempre soube receber muito bem os seus artistas de eleição e desta vez não foi excepção.

Julio Iglesias, o eterno cantor romântico, foi mais que aclamado por uma plateia esgotada no Pavilhão Atlântico. Mas, para abrir em beleza, o convidado foi o cantor português José Cid e não poderia ter havido melhor escolha. Pontualíssimo, José Cid subiu ao palco (sem a sua banda) e, com a sua simplicidade e com o seu piano, tocou os primeiros acordes de Meu Amor. Seguiram-se os êxitos Vem Viver a Vida, Amor, Na Cabana Junto à Praia, Ontem, Hoje e Amanhã e ,por fim, A Minha Música.

Durante os 30 minutos da sua actuação, a plateia esteve rendida à nostalgia das melodias de José Cid, cantando e aplaudindo entusiasticamente todas as músicas. Emocionado, José Cid agradeceu a oportunidade de estar em cima daquele palco. Dito isto, toda a plateia retribuiu com uma enorme ovação ao músico que comprovou, mais uma vez, o seu profissionalismo.

Depois de alguns minutos à espera, Julio Iglesias subiu ao palco à hora prevista, acompanhado dos seusseis músicos. Os gritos dos seus fãs mais fervorosos não se fizeram tardar e os aplausos também não.

Apresentando a sua digressão mundial “Starry Night Worl Tour", Julio Iglesias revisitou também os seus grandes êxitos, deixando toda a plateia bastante entusiasmada e deliciada. O público, maioritariamente feminino e de média idade, acompanhou o cantor nas suas letras e nas suas emoções.

Julio, por seu lado, surpreendeu todos os presentes ao gritar “Boa noite Lisboa, boa noite Portugal” num português quase perfeito (em parte por ter vivivo durante algum tempo no Estoril). Encantou os presentes com as suas histórias (falando sempre em português) de quando pisava um palco em Portugal e de como se sente em casa cada vez que regressa ao nosso país.

Ao fim de 48 anos a pisar o solo nacional, Julio Iglesias continua a encantar com o seu romantismo e a sua alegria contagiante. Deu início ao espectáculo com Quijote e Ni Te Tengo, mas foi com o sucesso La Gota Fria que o público começou a entrar em euforia, em parte pela entrada em palco das três raparigas do coro.

Seguiram-se os êxitos Echame A Mi La Culpa, Manuela - cantada em uníssono por toda a plateia -e El Amor. A acompanhar Cumparsita e Abrazame estiveram dois jovens bailarinos de origem argentina a dançar Tango, o que comoveu todos os presentes. E, para maior surpresa de todos, os filhos mais novos do cantor subiriam ao palco, após Julio Iglesias agradecer à sua esposa Miranda o facto de esta o ter deixado trazer os filhos pela primeira vez.

Toda a plateia, visivelmente deslumbrada com todo o espectáculo simples e minimalista, mas, ao mesmo tempo, cheio de ritmo e luz, aplaudiu sem parar todo o desempenho do cantor enquanto este gritava “Obrigado Portugal, obrigado Portugal”, levando a mão ao peito do lado do coração.

Para terminar o espectáculo (que desta vez não teve direito a encore), Julio relembrou o seu amigo “imortal” Lucciano Pavarotti, cantando Te Voglio Tanto Benne,mas foi com o ritmo latino de Me Va, Me Va que o cantor se despediu dos palcos nacionais com toda a plateia em pé a dançar em clima de grande festividade e encanto.

Ana Cláudia Silva