Colapsopira

A palavra é inacabada.
Como o sentimento.

A razão é frágil na prova
que a paixão surripia
com vinho,
fraude,
graça,
colapsopira.

Helena Caspurro

Num rumo estético apenas cercado pelas fronteiras da poesia e do improviso, Helena Caspurro traz-nos, depois de "Mulher Avestruz", mais um trabalho de originais inspirado pelo sabor do swing, do blue, do cool, do rock, da bossa nova… É a solo, na dupla piano-voz, mas desta vez com espaço para ver e ouvir outras vozes: as das congas, bongós, pau de chuva, bedhug que vibram pela mão virtuosa e bailarina da percussionista Elizabeth Davis.

Criam-se sons e palavras, por causa de uns e de outros. A mensagem, escondida ou desnudada, sofrida ou apaixonada pede silêncio, por vezes. O riso e a sátira improvisam-se em adocicados e zoológicos colapsos. Quá-quás, eis o que é preciso para o ‘scat’ se tornar uma expressão de sufoco ou mesmo rebeldia, sobretudo quando se pretende evidenciar que o bom senso nem sempre coabita com os tempos atormentados pelo excesso das paixões. A dança também está lá, sobretudo quando Elizabeth Davis convida.

A alma, vinda do fundo da voz, migrando sentidos e emoções, faz lembrar, dizem, a da maravilhosa Elis Regina...

"Colapsopira" – o novo CD, à venda a 22 de Junho nas lojas Fnac do país, é a música sugerida pela pianista que se faz ouvir ao som da sua palavra também criada e entoada, sempre, em português. Mais um lugar para se deixar tocar, enfim, por histórias (en)cantadas no feminino.

Concertos:

27 de Junho

16.30 – Fnac Santa Catarina (Porto)
22.00 – Fnac GaiaShopping (Vila Nova de Gaia)

04 de Julho

22.00 – Fnac NorteShopping (Matosinhos)

Reviews sobre Mulher Avestruz (primeiro disco de Helena Caspurro):

(…)"Mulher avestruz", com o jazz a correr-lhe por dentro de maneira distinta. Com ocasional sotaque e sensibilidade brasileiros. Mais "blues", em "L-O-V-E you!". E um piano a dirigir-lhe os dedos para as paisagens de vistas longas e largas do título-tema, onde Caspurro se revela compositora, arquitecta de dizeres, sinais e ruídos que a colocam na mesma academia de cantos inóspitos de Shelley Hirsch, Lauren Newton, Joan Labarbara ou Cathy Berberian.

Fernando Magalhães, ‘Mil Folhas’: Público, Nov 03

“Ela toca como Pessoa escreve, inova como Agostinho filosofa, dança como Nadir colora a tela e respira numa personalidade intocável à mediocridade que nos assola a cada momento.
Este disco deve ser tocado, tantas vezes como aquelas que a necessidade da nossa alma permitir (…)”

António Ferro, ‘SE7E’: Primeiro de Janeiro, Nov 03

Para conheceres melhor o trabalho desta artista visita: http://palcoprincipal.sapo.pt/helenacaspurro