No cartaz de 2024 destaca-se a estreia em Portugal dos britânicos The Subways, num alinhamento que conta ainda com The Legendary Tigerman, Mustang, Sala 7, Zebra Libra, Imploding Stars e Les Dirty Two, informa a organização nas redes sociais.
Agendado para começar pelas 16:00, o festival começou cerca das 17:00, nada que alterasse a sensação de descontração que invade quem entra num parque onde “todas as árvore são carvalhos, onde a natureza está em primeiro lugar”, disse à Lusa Francisco, um dos 135 voluntários do evento.
O alinhamento das bandas está longe de ser a única novidade em 2024, garantiu o presidente da Casa do Povo de Briteiros, entidade organizadora do evento, Vasco Marques, que explicou a aposta em aumentar o espaço para receber os festivaleiros “empurrados” pela polémica nascida em julho de 2023 com a administração do Rock in Rio que determinou alterar o nome do festival minhoto para Rock no Rio Febras.
“A decisão de avançar para um espaço novo e maior aconteceu porque no ano passado não conseguimos dar acesso a toda a gente que quis vir ao festival. Era a segunda edição e acreditámos que haveria mais gente a querer vir, mas no início de julho aconteceu a polémica com o Rock in Rio e isto teve um impacto mediático muito grande e tivemos que esticar ao máximo o recinto e só conseguimos ter cerca de cinco mil pessoas”, contou.
Consumada a aposta e triplicado o espaço para o evento, a organização “espera mais de 10 mil pessoas” hoje nas margens do rio Febras a assistir a um festival de cariz social e solidário, em que as receitas obtidas na área de restauração e 'merchandising' revertem na totalidade para a Casa do Povo de Briteiros, destacou o responsável pelo evento.
“Há cerca de um mês já tínhamos os passes esgotados. Eram cerca de 10 mil, mas a esse número devemos juntar convidados, ‘staff’, pessoas das bandas, para além de que o pessoal da freguesia tem sempre acesso ao festival, mesmo que não tenha passe”, explicou Vasco Marques.
Feitas as contas, a organização recebeu “reservas de passes de 14 distritos de Portugal e de sete países: França, Suíça, Macau (China), Alemanha, Espanha, Reino Unido e de Portugal, claro”, acrescentou.
“É incrível, porque essas pessoas são, na sua maioria, emigrantes portugueses, e há muitos que vêm de propósito para o festival”, disse.
Voltando ao lado social do Rock no Rio Febras, Vasco Marques sublinhou a importância que a organização dá a “que todos se divirtam”, numa dimensão em que os voluntários estão incluídos: “esta é uma organização que privilegia a descontração e hoje, no almoço com os 135 voluntários, o que lhes foi dito é que se divirtam”.
“O Rock no Rio Febras não é um fim em si mesmo, mas uma forma da Casa do Povo de Briteiros angariar fundos para financiar as suas valências sociais. No ano passado tínhamos aberto há pouco tempo um centro de dia e a edição de 2023 ajudou-nos a equipar e a colocar em funcionamento essa valência”, revelou.
E, para 2024, a ambição volta a unir o rock que atrai um público de meia-idade e jovem a um fim a pensar nos mais idosos: “este ano queremos construir um lar de idosos. Estamos a adquirir o terreno e o lucro que houver deste festival será para esse fim”.
Num espaço onde a sombra ajuda a resistir ao calor intenso podem ainda encontrar-se uma loja de ‘souvenirs’ onde a língua portuguesa é adulterada em nome da tal descontração e onde se podem comprar “cenas para beber” e “cenas para comer”, mas não só, já que adiante há tatuagens instantâneas, um cabeleireiro e uma loja de maquilhagem antes de chegar à roda da sorte.
As filas para as bebidas e para os souvenirs fazem prever que o terreno vai mesmo ser comprado e o lar de idosos ser uma realidade.
O festival, esse, como “marca” da organização desde a primeira edição, promete durar “até chegar a GNR”.
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