Os que pensavam que iam assistir a apenas mais um concerto na célebre sala portuense, não poderiam estar mais distantes da verdade. De facto, a sala nem parecia o tradicional Coliseu do Porto a que todos estamos habituados. Um ecrã gigante dominava o palco e havia câmaras por todo o lado. Imagens projectadas em tempo real e luzes nitidamente ensaiadas revelavam a dimensão da banda, que pisou, pela primeira vez, os palcos nortenhos.

Mas, mais do que um espectáculo visual, o concerto dos
The National no Portofoi uma noite inesquecível para todos os fãs, que puderam, finalmente, ter um contacto mais próximo com a banda. A sala encontrava-se esgotada, nem o facto do espectáculo decorrer num dia de semana moveu os fãs de aderirem em massa.
Já com cerca de 15 minutos de atraso, ouvem-se os primeiros acordes do grupo, avançando o concerto com o tema
Runaway, para delírio dos fãs. Apesar de ser uma plateia sentada, ficou logo bem definido que esta disposiçãonão iria durar muito tempo. Lentamente, fila a fila, o público começou a levantar-se, acompanhando o vocalista Matt Berninger na sua jornada musical.
E não foi preciso muito para a banda se render. Apenas algumas músicas depois, já havia um amontoado de pessoas junto à zona tipicamente reservada aos fotógrafos, que ansiavaestar mais perto dos seus ídolos. O vocalista, perdendo o resto da timidez, acaba por agradecer a manifestação de carinho, descendo do palco e cantando por entre a multidão, que, por esta altura, já só gritava e saltava. Muitos puxavam da máquina fotográfica na tentativa de levar uma recordação para casa. Já não havia regras nem um público calmo que batia palmas no final das músicas - o Coliseu estava transformado numa verdadeira festa!
Bloodbuzz Ohio, imediatamente reconhecida por todos, só confirmou o que já se esperava. O vocalista pede aos poucos que se encontravam sentados para vibrarem e aproximarem-se dos muitos fãs lá da frente, sendo que até pessoas instaladas nos pisos superiores acabariam por aderir ao convite e descer até ao piso térreo.
A banda já não sabia mais o que fazer para retribuir o carinho demonstrado e acaba por agradecermil e uma vezes, comovida,a todos pela sua presença.
Apartment Story, do álbum lançado em 2007, surge logo de seguida. Canção eterna, com um significado muito especial, tinha que ser tocada naquela noite.
Com o trabalho de casa bem feito, a banda felicita a cidade pelas recentes conquistas no meio futebolístico, para euforia de alguns e para desagrados de outros.
Não um, mas dois encores presentearam a plateia que queria mais e mais.
Vanderlyle Crybaby Geeks fechou uma noite de glória, deixando bem claro que a banda está aí para as curvas. com muita energia e muito boa música para partilhar.
Na primeira parte do concerto estiveram os Dark Dark Dark de Nona Marie Invie que, ao som de um folk muito animado, com direito a acordeão, renderam uma plateia difícil, que ansiava, apenas, pela chegada da banda principal.