Anna Holland, de 20 anos, e Phoebe Plummer, de 21, ambas membros do grupo de desobediência civil Just Stop Oil, declararam-se inocentes perante o juiz distrital Tan Irkam.
As duas foram libertadas sob fiança e aguardam julgamento a 13 de dezembro em Londres.
A pintura em si não foi danificada, pois estava protegida por um vidro, mas a moldura sofreu "danos menores", anunciou a galeria.
As duas ativistas entraram na National Gallery e atiraram duas latas de sopa de tomate Heinz sobre a tela, pintada em 1888 pelo mestre impressionista holandês. A obra é avaliada em 72,5 milhões de libras (quase 84 milhões de euros)
Tudo aconteceu por volta das 11 da manhã no museu situado em Trafalgar Square: um vídeo partilhado nas redes sociais pela organização mostra a dupla com t-shirts do grupo a atirar o conteúdo de duas latas de sopa de tomate Heinz antes de colar uma mão à parede por baixo da pintura vandalizada.
A seguir, ouve-se uma das ativistas, Phoebe Plummer, de 21 anos, a dizer "O que vale mais, a arte ou a vida? Vale mais do que a comida? Mais do que a justiça? Vocês estão mais preocupados com a proteção de uma pintura? Ou com a proteção do nosso planeta e das pessoas?".
Agitando a lata, acrescentou: "A crise do custo de vida faz parte do custo da crise petrolífera. O combustível é inacessível para milhões de famílias com fome e frio. Não podem sequer aquecer uma lata de sopa".
Visitantes, jornalistas e fotógrafos rodearam as ativistas após o ataque, antes de serem retirados pela segurança da National Gallery, que fechou rapidamente a sala onde está exposta a pintura.
A polícia prendeu as duas mulheres sob a acusação de "danos criminais e transgressão agravada".
"Girassóis" é a segunda obra mais famosa de Van Gogh atacada pelo grupo "Just Stop Oil". No final de junho, dois ativistas do grupo colaram as suas mãos ao quadro de 1889 "Peach Trees in Bloom" na Courtauld Gallery em Londres.
Há 14 dias que ativistas ligados a este grupo bloqueiam estradas à volta do parlamento e noutras zonas de Londres, defendendo a suspensão imediata de "todos os futuros licenciamentos para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás" no Reino Unido.
Cada vez mais questionada pelas suas decisões políticas, económicas e ambientais, a nova primeira-ministra conservadora britânica, Liz Truss, nomeada a 6 de setembro como sucessora do controverso Boris Johnson, anunciou dois dias depois o levantamento de uma moratória sobre fraturamento hidráulico no Reino Unido.
Além de permitir esse polémico método de extração de combustíveis fósseis, até então proibido no país, Truss também anunciou o aumento das licenças para extração de petróleo e gás no Mar do Norte, entre as suas medidas para combater a crise energética.
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