A poucas horas do Natal e sob o céu cinzento de Paris, cerca de quarenta bailarinas ofereceram um mini-espetáculo improvisado perante cartazes com a mensagem "Ópera de Paris, greve" e "A cultura está em perigo", recebendo aplausos dos curiosos.
"Embora estejamos em greve, quisemos oferecer um momento de graça a 24 de dezembro ", declarou à imprensa o bailarino Alexandre Carniato. "Apesar de um tempo extremamente frio, as bailarinas quiseram juntar-se ao desafio dos músicos", acrescentou.
A Ópera está em greve há 15 dias, o que levou ao cancelamento de vários espetáculos.
"O conjunto da Ópera está afetado" pela reforma da segurança social, explica por sua vez à AFP Eloise Jocqueviel, de 23 anos, bailarina de ballet que participou no espetáculo. "A nossa arte está em risco", adverte.
As bailarinas escolheram o ato 4 de "O Lago dos Cisnes", de Tchaikovski , "um dos ballets mais difíceis", e dançaram "sobre mármore em pleno frio".
A Ópera e a Comédie Française são as únicas instituições culturais afetadas pelo plano de reforma dos sistemas de segurança social franceses, cujo objetivo é unificar em apenas um regime universal os mais de 40 regimes especiais em função das características laborais.
Os bailarinos do ballet, por exemplo, podem reformar-se aos 42 anos graças ao regime da Ópera, um dos mais antigos de França e que se remonta a 1698, sob o reinado de Luís XIV.
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