“Foi minha mãe, minha confidente, minha musa inspiradora, mas sobretudo minha amiga e é dessa de quem sentirei mais falta... Obrigado querida Carmen, por tudo!”, afirmou o ator numa mensagem enviada à Lusa.
Diogo Infante assumiu que enquanto se debate “entre a emoção por encontrar as palavras certas que façam justiça” a Carmen Dolores, “ao seu talento e ao seu legado”, e expressem o seu “amor, carinho e gratidão”, ouve-a dizer baixinho, “não exageres...”.
O atual diretor artístico do Teatro da Trindade, em Lisboa, conclui dizendo que “Carmen será sempre lembrada como uma figura maior do teatro português, como uma atriz apaixonada pela sua arte, uma mulher de uma delicadeza e generosidade desconcertantes”.
Carmen Dolores morreu na segunda-feira, em Lisboa, aos 96 anos.
Nascida em Lisboa, a 22 de abril de 1924, Carmen Dolores estreou-se no Teatro da Trindade em 1945, mas para trás ficava um percurso iniciado anos antes, na rádio, como declamadora e atriz, e no cinema, onde protagonizara filmes como "A vizinha do lado", de António Lopes Ribeiro, e “Amor de Perdição”, de Leitão de Barros.
Seguir-se-ia o trabalho no Teatro Nacional D. Maria II, então com a Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro, e um percurso de 60 anos que passou pela maioria dos palcos portugueses, companhias independentes, cinema, rádio e televisão.
Retirou-se em 2005, com a peça “Copenhaga”, no Teatro Aberto, encenada por João Lourenço.
Em julho de 2018, recebeu do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, depois de anteriormente ter sido condecorada pelo chefe de Estado Jorge Sampaio com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Carmen Dolores foi ainda distinguida com a Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Lisboa, o prémio Sophia de Carreira, da Academia Portuguesa de Cinema, e o Prémio António Quadros de Teatro, entre outros galardões.
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