"É altura de agir", disse Cate Blanchett a repórteres em Genebra, na Suíça.
A atriz australiana também é embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
"O mundo pode acabar" com esta situação, afirmou.
Blanchett fez os comentários no âmbito de uma campanha de dez anos lançada por esta agência da ONU para acabar com o sofrimento de milhões de pessoas em todo o mundo privadas de nacionalidade.
Os apátridas são marginalizados política e economicamente, tornando-se vulneráveis a abusos e exploração. Muitas vezes não têm acesso a educação, nem a assistência médica, nem podem casar ou obter um atestado de óbito.
"É uma invisibilidade total", apontou Blanchett, que lamentou que essas pessoas "experimentem marginalização e exclusão do berço ao túmulo".
Da mesma forma - denunciou a atriz -, os pais apátridas costumam transmitir esse "presente [estado apátrida] horrível e desesperado" aos filhos, uma "situação desumana e devastadora".
Blanchett enfatizou que "é um problema criado pelo homem e tem uma solução", pedindo aos países que "definam cidadania para que os Estados tenham o poder de remover obstáculos à cidadania" que os apátridas enfrentam.
Em 2014, o Acnur estimou que havia cerca de 10 milhões de apátridas no mundo inteiro. Esta semana, o alto comissário Filippo Grandi disse à imprensa que não se sabe exatamente quantos existem, pois muitas destas pessoas são "bastante invisíveis".
Nos últimos cinco anos, cerca de 220 mil apátridas adquiriram uma nacionalidade, graças aos esforços combinados de vários países. Grandi advertiu, porém, que está "longe de se garantir avanços".
"Formas prejudiciais de nacionalismo e de manipulação de sentimentos antirrefugiados e anti-imigrantes: essas são as tendências poderosas que colocam em risco o progresso internacional", completou numa nota.
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