“Estamos a desafiar os artistas que pensem connosco, desde o início da criação, como é que podem fazer projetos que funcionem no espaço digital”, disse Fernando Almeida, a propósito do encontro que leva artistas nacionais e internacionais a fazerem residências artísticas em Amares, no distrito de Braga, “trocando experiências com populações e gerando empatias que se traduzam em processos de criação”.
Previa-se que os trabalhos fossem exibidos ao público nos dias 23 e 24 de julho, mas a organização, centrada no Clube Desportivo Recreativo e Cultural Amarense, optou por cancelar essa apresentação.
Em alternativa, o Encontrarte Amares “ganha mais expressão regular” nas plataformas eletrónicas e em período mais alargado: entre 19 e 24 de julho.
“Não nos foi proibido ter presença pública, mas, por uma questão de consciência ética e cívica, optamos por não o fazer. Achamos que também nos devíamos associar a uma luta [contra a pandemia] que é de todos”, declarou o diretor artístico do certame.
O Encontrarte Amares - Encontro de Artes Plásticas e Cinema de Animação, lançado em 2009 e de realização bienal, é um festival que envolve pintura, escultura, fotografia e cinema, bem como, nas palavras de Fernando Almeida, “o próprio cruzamento entre estas linguagens”, a partir de contactos com a realidade local.
Também por razões associadas à pandemia, esses contactos são, este ano, mais reduzidos do que o habitual.
Entre os artistas chamados ao Encontrarte conta-se João Abel Mota, um criado local, que está a terminar uma formação nas Belas-Artes do Porto e que está a visitar agentes económicos de Amares como vendedores de laranjas ou produtores de vinho e que vai traduzir em pintura os resultados dessa interação.
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