"O THU está a tornar-se mais para profissionais e não tanto para estudantes. Percebemos que para jovens profissionais não há nada e nós temos que dar resposta a esta nova geração que está a chegar e que não tem as ferramentas no mercado. (...) As empresas procuram talento. Há uma falta de talento brutal, há uma grande competição por talento e cada vez mais é preciso estar pessoalmente para criar relações", afirmou à agência Lusa o confundador deste projeto, André Luís.
O Trojan Horse Was a Unicorn, que acontece a partir de segunda-feira em Tróia (Setúbal), é uma iniciativa que põe em contacto jovens talentos - cerca de 700 de 50 nacionalidades -, produtores, artistas e empresas internacionais da área do entretenimento, indústrias criativas, audiovisual, videojogos.
É uma semana em que "estudantes e profissionais da área da animação, efeitos visuais e 'gaming', entre outros, poderão estabelecer ligações únicas com alguns dos maiores nomes e empresas da indústria", como se lê no comunicado da organização, e este ano estarão presentes empresas como a produtora e plataforma de 'streaming' Netflix e a empresa de jogos King.
Tomek Baginski, produtor executivo da série "Witcher", Ronnie del Carmen, co-realizador do filme de animação "Divertida-Mente", Karin Fong, designer para o filme "Homem-Aranha: Sem Volta a Casa", e Donato Giancola, ilustrador de ficção-científica e fantasia, são alguns dos convidados desta edição do THU.
Ao fim de uma década, André Luís regista uma enorme evolução nas indústrias do entretenimento: "Há toda uma nova procura de conhecimento, mais técnico. A Inteligência Artificial e o metaverso mudaram tudo", e o perfil do profissionais é muito mais especializado.
Embora a organização tenha iniciativas ao longo do ano, o principal evento do THU é o encontro em Tróia, cuja primeira edição foi em 2013.
Ao fim de cinco edições em Setúbal, o encontro deslocalizou-se para Valetta, em Malta, onde aconteceu em 2018 e 2019, e na altura o empresário André Luís explicava à agência Lusa que a decisão foi tomada "pela necessidade de se internacionalizar, de crescer".
Em 2023, a organização tenciona novamente organizar o THU fora de Portugal, por falta de interesse do Governo em apoiar o evento, que conta com um orçamento de cerca de 1,2 milhões de euros, disse André Luís.
"O sair tem a ver com o facto de perceber que há uma mudança de política ou de visão para o que é o nosso setor. Amigos amigos, negócios à parte, e vamos à nossa vida", disse, a propósito da saída dos anteriores ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Cultura, Graça Fonseca.
"Convidámos [os novos ministros destes ministérios] para o evento, mas houve zero interesse em perceber e falar", lamentou André Luís, sublinhando, no entanto, o apoio e o "trabalho meritório" do Turismo de Portugal "em trazer eventos e de manter os eventos".
Quanto ao local onde o THU acontecerá em 2023, André Luís disse que a decisão será tomada até ao final ano, estando em cima da mesa duas propostas para a realização na Europa e uma proposta fora da Europa.
Em Portugal, André Luís recorda que o THU está a desenvolver um "laboratório sensorial e comportamental 5G em Lisboa, em parceria com a empresa de telecomunicações NOS, há parcerias com universidades e a concretização de um fundo, de dez milhões de euros, já anunciado em 2021 e a concretizar-se em 2023, para apoiar projetos das indústrias de entretenimento digital e interativo em Portugal.
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