O Festival Alkantara regressa a Lisboa, em 14.ª edição, de 25 de maio a 11 de junho, com 25 projetos artísticos, numa programação dedicada "ao que está a acontecer no mundo" através da linguagem de artistas de vários continentes.
Em declarações à agência Lusa, Walgrave indicou que, nesta edição, serão apresentados 25 projetos artísticos - oito deles portugueses -, criados por artistas da Europa, Ásia, América Latina e Médio Oriente.
"Mais uma vez, temos um festival internacional, mas com uma forte presença portuguesa", disse, indicando, entre outros, a participação da dupla de artistas Sofia Dias & Vítor Roriz, assim como de Gonçalo Waddington, Cláudia Dias e João dos Santos Martins.
Arkadi Zaides (Israel), Joris Lacoste (França), Christopher Brett Bailey (Reino Unido), Faustin Linyekula (República Democrática do Congo) - Artista na Cidade, em Lisboa, este ano -, Takao Kawaguchi (Japão), Rabih Mroué (Líbano), Taoufiq Izeddiou (Marrocos), Pablo Gisbert (Espanha), entre outros, apresentarão também os seus projetos de diversas áreas, desde a dança, performance, teatro e vídeo.
Os projetos "mostram a atualidade das artes performativas a nível internacional, num mundo em plena alteração, com espetáculos bastante vivos".
"Acredito muito na capacidade destes artistas sentirem o que está a acontecer no mundo e traduzi-lo nas suas linguagens e práticas artísticas", sustentou Thomas Walgrave, acrescentando que o Alkantara não tem um tema nas suas edições, mas, dos trabalhos apresentados, há sempre uma ideia que se destaca.
Nesta edição, é a defesa dos valores essenciais: "Neste momento parece que ser progressista é tentar defender os valores já conquistados. Os conservadores é que estão a tentar mudar. É preciso reavaliar o que aconteceu para perceber quem somos e para onde vamos".
Na última edição, em 2014, a direção do Alkantara tinha deixado, em alerta, que aquela poderia ser a derradeira, devido a dificuldades financeiras, por falta de apoios, mas acabou por não ser o "canto do cisne" do festival.
De acordo com Thomas Walgrave, desde 2010 até hoje, os cortes dos apoios do Estado foram de 70 por cento, gradualmente compensados, em parte, com a participação em redes europeias e por trabalhos em parceria.
"O motivo mais importante para decidir continuar é que estamos numa nova fase de esperança no país, e poderia haver mais oxigénio para este setor se desenvolver", apontou.
A edição deste ano abre com "E se elas fossem para Moscou?", de Christiane Jatahy, inspirado em "As três irmãs", de Anton Tchekhov, no São Luiz Teatro Municipal, de 25 a 27 de maio.
O orçamento global da 14.ª edição do certame é de 400 mil euros, com um financiamento em 8,9 por cento da Direção-Geral das Artes e 18 por cento das redes internacionais, sendo o restante coberto pelas coproduções.
Os espaços coprodutores que recebem esta 14.ª edição do Alkantara são o Teatro Municipal São Luiz, o Teatro Municipal Maria Matos, o Teatro Nacional D. Maria II, a Culturgest, o Centro Cultural de Belém e o próprio Espaço Alkantara, em Lisboa.
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