Marcelo Rebelo de Sousa deixou estas mensagens em declarações aos jornalistas, no Campo Pequeno, em Lisboa, antes de assistir ao espetáculo "Deixem o Pimba em Paz", com Bruno Nogueira e Manuela Azevedo e participações especiais de Salvador Sobral e Samuel Úria.
À chegada ao Campo Pequeno, o chefe de Estado recebeu um manifesto de técnicos dos espetáculos, e depois referiu à comunicação social que tem estado e irá continuar a receber representantes do setor cultural, que lhe têm feito chegar várias reivindicações. "Porque há muita gente ligada à cultura: técnicos de som, gente que produz, gente que apoia", assinalou.
O Presidente da República declarou que "já tinha saudades de espetáculos" e que a sua presença "significa que, aos poucos, com cuidado e com precaução", está "a regressar uma coisa fundamental, que é a cultura, que esteve três meses parada e que faz falta na vida das sociedades e na vida das pessoas".
"A ver se isto arranca. Houve uma coisa importante, que foi a lei que foi aprovada que leva a que se pague 50% daquilo que eram espetáculos ou já negociados ou combinados ou anunciados. Mas agora é preciso reprogramá-los e pagar o resto", acrescentou.
Questionado se entende que deveria haver um reforço orçamental para a cultura, o chefe de Estado não respondeu à pergunta, contrapondo: "Vamos ver se é possível uma coisa muito importante também, que é, durante o verão e depois no outono, antes do inverno, haver na programação das autarquias locais, que eram muito importantes para a cultura, disponibilidade para reprogramar muitos espetáculos".
Em relação à situação da COVID-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, o Presidente da República recusou novamente falar de medidas concretas como cercas sanitárias ou a reabertura dos centros comerciais, com a justificação de que essas decisões são da competência das autoridades sanitárias.
"No dia 4 será feita uma reavaliação em relação aos centros comerciais. Quanto às cercas sanitárias, a avaliação é feita dia a dia, caso a caso, e é assim que deve ser", mencionou.
Interrogado se tenciona voltar ao bairro da Jamaica, no concelho do Seixal, distrito de Setúbal, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: "Eu, de facto, fui ao bairro da Jamaica na altura em que as pessoas não iam ao bairro da Jamaica e pude ver como é que eram as condições de vida no bairro da Jamaica. Agora as pessoas falam nas condições de vida, mas eu vi-as há dois anos".
Confrontado com o facto de o primeiro-ministro ter assistido ao espetáculo "Deixem o Pimba em Paz" na segunda-feira, o chefe de Estado explicou que só não veio nessa noite porque tinha um compromisso, mas que não sabia que António Costa viria: "Portanto, não combinámos o desencontro. Calhou".
A pandemia de COVID-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, atingiu 196 países e territórios e já fez mais de 375 mil mortos a nível global.
Em Portugal, os primeiros casos foram confirmados no dia 2 de março e morreram 1436 pessoas num total de 32895 contabilizadas como infetadas, com 19.869 doentes recuperados, segundo a Direção-Geral da Saúde.
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