“Com este CD, produzido por mim, com apoio de Mónica Jardim, regresso ao 'colo' da música de Cabo Verde”, afirmou a cantora de 60 anos.
Reivindicando-se “parte da alma cabo-verdiana”, a cantora propõe, “num formato simples, recuperar alguns temas” que marcaram a sua juventude e também gravar inéditos.
“Além de mornas, que são maioritárias, este CD tem um batuque de Mário Lúcio, uma coladera e uma mazurca, além de temas compostos por mim”, afirmou Teté Alhinho, que resgatou mornas de Daniel Mariano, Paulinho Vieira, Jacinto Estrela e B. Leza.
Teté Alhinho assina a composição de “Muchacho Loco”, da poetisa cubana Carilda Óliver Labra, e de dois poemas de Mário Lúcio, “N’tem um amor” e “P'Alta”, este último, uma homenagem à mãe da artista.
Alhinho assina ainda a letra e música de “Lua bonita” e, entre os inéditos, há um tema com letra de Hélio Cruz e música de Antero Simas.
Participam no disco, entre outros, os músicos Ricardo de Deus, ao piano, Francelino Silva, no contrabaixo (que faz parte da Orquestra Nacional de Cabo Verde), e Rob Leonardo, na bateria e percussão.
O álbum foi produzido com recurso ao 'crowdfunding', um modelo de angariação de verbas através do qual pessoas, anónimas ou não, doam dinheiro para um determinado projeto.
“Já tinha ouvido [falar desta] possibilidade e vários amigos meus incitaram-me a fazer. Tal como o entendo, não é só uma comparticipação das pessoas, mas uma aprovação do que o artista está a fazer, e dá-nos a perceção da aceitação por parte do público, pois sentimo-nos apoiados”, disse Teté Alhinho.
Desde o álbum “Voz”, de 2004, ao qual se sucedeu o single “Mi ma nha San Jon”, editado em 2014, que Teté Alhinho não gravava um álbum exclusivamente seu, tendo em 2008 gravado com a filha, Sara Alhinho, o álbum “Gerassons”.
Teté Alhinho é autora e compositora de mais de 50 canções, entre as quais “Dia T´chuva Bem”, “A téma”, “Chibinho”, “C´Lamor”, “Coladera nobo”, “Conversa adiada”, “Desabafo”, “Dia qui’m vira”, “Mudjer” e “Terra verde”.
A cantora e compositora começou a cantar ainda jovem tendo feito parte, entre outros, dos grupos A Voz de Cabo Verde, Ritmos Caboverdianos, Os Tubarões, Bulimundo e Simentera.
Entre 1975 e 1980 estudou em Cuba, onde participou em vários programas radiofónicos cantando e acompanhando-se ao violão.
Em meados da década de 1980 gravou, em Portugal, o primeiro álbum, “Mares do sul”, com a produção de Paulino Vieira e Péricles Duarte, regressando em seguida a Cabo Verde, onde fez parte dos Simentera, com os quais percorreu vários palcos internacionais, e retomou a carreira a solo, tendo gravado o álbum “Menino das ilhas”, produzido por Paulino Vieira.
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