O compositor japonês Isao Tomita, pioneiro da música eletrónica e entusiasta do uso de sintetizadores, morreu aos 84 anos, vítima de insuficiência cardíaca num hospital de Tóquio, informou a sua editora Nippon Columbia.
O seu álbum “Snowflakes are Dancing” (1974) é considerado um dos melhores deste género. No disco, o músico incluiu uma versão com arranjos de “Clair de Lune”, do compositor francês Claude Debussy (1862-1918), que atraiu a atenção internacional e lhe valeu quatro nomeações para os Prémios Grammy.
Este disco incluía também a peça “Arabesque N.º1”, mais uma vez do compositor Debussy, que a Televisão Espanhola (TVE) utilizou como tema do seu programa “Planeta imaginário” (1983-1986).
A paixão de Isao Tomita por sintetizadores derivou do seu interesse pelas experiências que a norte-americana Wendy Carlos, compositora de bandas sonoras de filmes como “A laranja mecânica” (1971) ou o “Shining” (1980), fazia com os primeiros aparelhos de Robert Moog.
Por sua vez, o japonês compôs inúmeras peças para series de televisão do Japão, assim como para filmes de animação.
Em 2003, foi galardoado pela Ordem do Sol Nascente com Raios Dourados com Roseta, um dos maiores prémios concedidos por aquele país asiático a pessoas que tenham contribuído para a aproximação da sociedade japonesa a outros povos.
Nove anos depois, Isao Tomita lançou o seu álbum "Symphony Ihatov" (2012), no qual participou a cantora ‘pop’ virtual Hatsune Miku, uma artista consolidada no mercado musical nipónico e com projeção internacional, apesar de não ser de carne e osso.
Em 2015, o músico venceu o Prémio Fundação Japão que distingue personalidades que contribuem para promover o Japão no mundo. “Nunca acreditei que a minha arte devia contribuir para promover o país. Mas a música, mesmo que seja uma coisa nova que recorra a sintetizadores, será sempre algo que pode ser apreciado por todos, independentemente da idade ou da proveniência. É esse o conceito por trás de todos os meus projetos”, comentou Isao Tomit.
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