Conhecido pelas suas adaptações de balés do século XIX para as maiores companhias do mundo, o coreógrafo francês Pierre Lacotte morreu esta segunda-feira, aos 91 anos — disse a sua esposa, a bailarina Ghislaine Thesmar, à France-Presse.
"O nosso Pierre deixou-nos às quatro da manhã", afirmou Thesmar, especificando que ele faleceu numa clínica em Seyne-sur-Mer (sul da França), por uma septicemia, após a infeção de um ferimento.
“É muito triste. Ainda estava cheio de projetos e a escrever um livro”, lamentou a sua mulher, com quem era casado desde 1968.
A sua última criação foi em outubro de 2021, com quase 90 anos: a adaptação para o balé do romance "O Vermelho e o Negro", de Stendhal, para a Ópera de Paris.
"Ele amava a Ópera [de Paris], era a sua única casa", acrescentou a sua viúva.
Nascido a 4 de abril de 1932, nos arredores de Paris, Lacotte ingressou na escola da ópera parisiense em 1942 e tornou-se dançarino principal em 1951.
Uma lesão no tornozelo obrigou-o, em 1968, a limitar as suas atividades. Foi então que decidiu concentrar-se nos antigos balés.
Entre outros, reconstruiu "La sílfide", o primeiro balé de pontas (1832), "Coppélia" (1870), "A Filha do Faraó" (1862), ou "Paquita" (1846), para alguns dos palcos mais prestigiados do mundo — do Bolshoi, de Moscovo, ao Ópera, de Paris, passando pelo Mariinsky, de São Petersburgo, e Staatsoper, de Berlim.
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