Ainda que a passada madrugada fosse a de menor destaque no cartaz, a enchente em frente ao palco e a festa dos milhares de pessoas sobre o relvado do festival do litoral alentejano, pareciam tentar provar-nos o contrário. Se Axwell foi bem acolhido há dois anos, e, o ano passado, Martin Solveig nos recebeu com um alegre “Hello”, pensámos estar preparados para o que fosse que o jovem Avicii trouxesse até à Zambujeira. Mas nada nos preparava para isto.
Antes do aguardado Alesso e da esperada primeira atuação do sueco Tim Bergling, DJeff, o produtor musical nascido em Angola, mas criado em Portugal, foi responsável por inaugurar a 17ª edição do MEO Sudoeste. Numa mistura de house com os sons quentes de África, o DJ que, além de interagir com o público trouxe alguns convidados, cumpriu o seu papel até à entrada do atrasado Alesso. Não sem antes nos dar a ouvir "Get Lucky" - como se já não a tivéssemos ouvido vezes suficientes, ao longo deste verão.
O primeiro sueco da noite atrapalhou-se com problemas técnicos que a organização, prontamente, explicou ao público impaciente. Cerca de meia hora depois do previsto, Alessandro Lindblad, subiu ao palco e presenteou-nos com um set bastante animado, dando uso ao painel gigante de ecrãs que envolvia a mesa de mistura. Da voz de Jon Martin às remisturas de Swedish House Mafia, de um estridentemente agudo Chris Martin a um afinado Ryan Tedder – com que fechou o mix –, foi sempre puxando pelo público português que respondeu irrepreensivelmente ao seu apelo. Com o lançamento do primeiro fogo de artifício, confettis pelo ar e as vozes afinadas, Alesso pedia por barulho, por loucura - e dessa, como sempre, havia de sobra.
De um DJ falador para um mudo, o sueco de 23 anos Avicii, chegou, viu e venceu sem dirigir uma palavra ao público português. Sempre aos saltos, mimicando todas as canções, o remixer trouxe fumo, fogo e foguetes para acompanhar vozes como as de Florence Welch, Adele, Macklemore, The Temper Trap ou Rihanna e sons como o dos compatriotas Swedish House Mafia, de David Guetta ou do holandês Armin Van Buuren.
Com um público expectante por temas como "Wake Me Up", que domina 16 dos 22 mais importantes tops musicais, o DJ soube entreter o público e manteve a audiência a dançar e a cantar, transformando a Herdade da Casa Branca na já habitual gigante discoteca ao ar livre. Mais uma vez, o palco principal do festival esteve em chamas. O calor humano, as pernas cansadas e as vozes roucas foram apenas o arranque para mais quatro loucos dias de festival.
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