Patxi Andión atua no dia 25 de janeiro no Coliseu do Porto e no dia seguinte no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, dois concertos “em que estarão presentes músicos que há muito são seus cúmplices: Daniel García Diego, pianista e arranjador, Josemi Garzón, contrabaixista e Guillermo McGill, baterista e percussionista, e Lucía Pérez no violoncelo”, refere o comunicado da sua promotora.
“Haverá ainda convidados portugueses a anunciar oportunamente”, acrescenta o mesmo texto.
O espanhol Patxi Andión, de 71 anos, estreou-se com um ‘single’ que incluía as canções “Canto” e “La Jacinta”, ao que se sucedeu o álbum “Retratos” (1969).
Para assinalar os 50 anos de atividade artística, o músico decidiu “aproveitar a ocasião não para olhar para trás, mas para avançar rumo ao futuro, escrevendo 20 novas canções que decidiu dividir por dois volumes, ‘La Hora Lobican’, a editar ainda este ano, e o segundo volume dedicado a esta produção, que olha para o futuro na hora de marcar 50 anos de canções tomará o título ‘Profecia” e deverá ser lançado no próximo ano”.
Alguns dos músicos que vão estar em palco com Andión são García Diego, Josemi Garzón e Guillermo McGill, que participaram na gravação de “La Hora Lobican”.
O ano passado, Patxi Andión atuou em três palcos nacionais, numa homenagem a José Afonso, “Zeca no Coração”, que passou por Lisboa, Porto e Évora.
“A minha relação com Portugal, a música e a língua portuguesas é de absoluto amor e uma paixão, que existe desde a década de 1960”, disse o músico na ocasião, numa entrevista à agência Lusa.
Patxi Andión estreou-se em Portugal em 1969, no programa televisivo “Zip-Zip”, de Raul Solnado, José Fialho Gouveia e Carlos Cruz. A sua relação com o regime ditatorial de então não foi fácil, tendo sido expulso pela PIDE, a polícia política do regime, várias vezes.
O poeta José Carlos Ary dos Santos (1937-1984) traduziu alguns dos seus poemas, que a cantora Tonicha gravou, ainda antes da Revolução dos Cravos.
O primeiro concerto em Portugal do músico, de ascendência basca, realizou-se a 29 de março de 1974, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a cerca de um mês do levantamento militar que levaria à queda do Estado Novo e poucos dias antes do I Encontro da Canção Portuguesa, da Casa da Imprensa, que desafiaria o regime com "Grândola, Vila Morena".
Segundo as crónicas jornalísticas da época, o coliseu esgotou para ouvir Patxi Andión.
Em 2014, o músico gravou em Portugal o seu primeiro álbum gravado ao vivo, “Cuatro Días de Mayo”. Em dezembro de 2013 apresentou o álbum "Porvenir", na Casa da Música e no Centro Cultural de Belém, em dois concertos esgotados. Nesse mesmo ano fez parte do álbum “O Fado e a Alma Portuguesa”, editado no âmbito dos 125 anos do nascimento de Fernando Pessoa.
Em 2007, participou no álbum “Para além da saudade”, da fadista Ana Moura, produzido por Jorge Fernando.
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