Foi com um vídeo de quase meia hora, divulgado nas redes sociais, nas páginas de Facebook da Câmara Municipal de Ponta Delgada e do ‘Azores 2027’, que se deu o arranque oficial da candidatura.
Um “trabalho em progresso”, que é “uma montanha-russa, mas é um processo emocionante, porque é um processo de reflexão, de discussão e de participação, que vale a pena além de qualquer competição”, destacou António Pedro Lopes, diretor artístico do projeto.
Sob o mote “a nossa natureza é humana”, a candidatura de Ponta Delgada a Capital Europeia da Cultura 2027 tem a maior cidade açoriana na dianteira, mas “consigo leva um arquipélago inteiro”, destacou a equipa coordenadora.
Também Maria José Lemos Duarte, presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, vê este como um “projeto transformador, para ser desenvolvido nos próximos seis anos” e como uma “ocasião para reforçar a centralidade da cultura no desenvolvimento do concelho e em cada uma das ilhas”.
A autarca acredita que esta é “uma oportunidade para promover e projetar na Europa” a “diversidade e riqueza cultural” da região e também defende que o arquipélago vai “sempre ganhar”, porque se está “a refletir e criar”.
Para o presidente do Governo Regional dos Açores, ver esta candidatura concretizada “será um orgulho”.
José Manuel Bolieiro afirmou que a região tem “muito neste palco de identidade e cultura”, mas salientou que “a cultura é também futuro”, acrescentando que o arquipélago é “o centro do mundo nesta modernidade da criação, do conhecimento, da inspiração artística, com tudo o que de novo nos traz ao imaginário o espaço e o mar”.
Já o escritor Onésimo Teotónio Almeida, presidente da comissão de honra do ‘Azores 2027’, frisou que “Ponta Delgada não vence isolada neste processo”, que é feito “em parceria com outras cidades e vilas, sedes de concelhos açorianos, cada uma delas com uma história cultural que contribuiu para o desenvolvimento desta forte personalidade insular”.
“O capital cultural europeu nunca nos faltou nestes quase seis séculos de existência. Falta, apenas, transformá-lo agora na Capital Europeia da Cultura”, defendeu Onésimo Teotónio Almeida.
O vídeo apresentado foi realizado por Hugo França e filmado no Teatro Micaelense, com sonoplastia do músico Luís Senra e conta ainda com testemunhos e atuações de artistas açorianos das mais diversas áreas.
Termina com um convite deixado por António Pedro Lopes à participação de todos: “Açorianos e açorianas de todas as proveniências, no bilhete de identidade, no coração e no imaginário, açorianos com âncoras e com asas no futuro, porque isto é sobre uma cidade, uma ilha, um arquipélago de multiplicidade, de participação, de natureza e de mundo”.
Oficialmente, a viagem começa agora, mas o processo de auscultação já começou, com o “Laboratório de Imaginação Partilhada”, no qual participaram mais de cinco dezenas de pessoas de áreas que vão da cultura ao urbanismo, passando pelo ambiente, educação e turismo, e que se irá repetir, chegando a todas as ilhas.
Há também uma “Porta Aberta”, presencialmente, todas as sextas-feiras, em Ponta Delgada, ou ‘online’ para quem quiser conhecer melhor este projeto.
Portugal lançou, no final de novembro, o convite para as cidades se candidatarem a Capital Europeia da Cultura em 2027, segundo publicação de um aviso em Diário da República que formalizou a abertura do processo.
As candidaturas estão abertas até 23 de novembro de 2021.
A verba disponível para a Capital Europeia da Cultura 2027 é de 25 milhões de euros, anunciou em outubro o Ministério da Cultura.
Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Guarda, Oeiras e Viana do Castelo também já manifestaram intenção em serem Capital Europeia da Cultura 2027.
A decisão final sobre a cidade vencedora será tomada em 2023, por um júri composto por 12 peritos, entre os quais 10 nomeados pelas instituições da União Europeia e dois pelo Governo português.
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