"Esta edição tem ainda mais significado, não só por uma forte dimensão ‘online', mas porque há precisamente um ano perdíamos Luís Sepúlveda, cuja última aparição pública foi justamente na Póvoa de Varzim. Esta homenagem do Correntes constitui justo tributo de toda uma família literária a que ele pertenceu", disse o chefe de Estado, numa mensagem enviada para a cerimónia de abertura do certame.
Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu a "persistência e resistência" deste encontro de escritores de expressão de ibérica que se realiza na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, ao longo de 22 anos ininterruptos de atividade, e prometeu, no próximo ano, repetir a sua presença física, tal como aconteceu em outras edições.
"Desejo que o nosso reencontro à maneira antiga esteja para breve. Certamente que para o ano aí estarei e até já tenho mesmo a ideia de qual o formato", disse o Presidente da República.
Também a ministra da Cultura, Graça Fonseca, se associou à homenagem que a edição deste ano do Correntes d'Escritas vai fazer a Luís Sepúlveda, falando de "um autor extraordinário e um amigo de Portugal e da literatura [portuguesa]".
Graça Fonseca deixou, também, uma palavra de apreço à organização do festival, lembrando que o certame "nunca adormeceu com os ganhos passados" e soube adaptar-se aos momentos atuais.
"Hoje, devemos, ainda mais, o nosso reconhecimento a todos que, com o seu trabalho, têm tornado possível que este evento aconteça de forma ininterrupta. Aqui celebra-se a palavra contra o analfabetismo agressivo, aqui abre-se um espaço para ouvir os outros contra facciosismo e o radicalismo surdo, aqui faz-se cultura", disse a ministra.
A edição deste ano do Correntes D'Escritas vai, devido às contingências da pandemia de COVID-19, realizar-se ‘online', e em formato reduzido com apenas dois dias de atividades, mas irá reunir 154 participantes, dos quais mais de 100 serão autores.
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