O tiro de partida da nova temporada é dado a 14 de setembro, no Teatro Carlos Alberto (um de três espaços geridos pelo TNSJ, a par do Mosteiro de São Bento da Vitória), com a encenação de “A Praia”, de Peter Asmussen, por João Reis.
Dois dias depois, regressa à sala da Praça da Batalha "Talvez... Monsanto", de Ricardo Pais, que fica patente até 25 de setembro, dois anos depois de se ter estreado naquele palco.
“Numa altura em que as nossas raízes são um bocadinho inundadas de ‘memes’ e de ‘gifs’ e dessas coisas todas que fazem com que, por exemplo, a nossa adolescência pense que é dos Estados Unidos e fale uns com os outros a dizer ‘man’ e ‘bro’ faz todo o sentido que uma das forças motrizes da vida cultural e artística do Porto que fundou o São João, abra a nossa temporada com o ‘Talvez… Monsanto’, que por sua vez é uma reflexão sobre o que é, de alguma forma, as nossas raízes”, disse o diretor artístico do TNSJ, Nuno Cardoso, em conferência de imprensa para apresentação da programação para os próximos sete meses.
A internacionalização do TNSJ foi outro dos destaques assinalados por Nuno Cardoso, referindo que as peças “Ensaio sobre a Cegueira” e “Para que os Ventos se Levantem” são duas colaborações que confirmam o trabalho de internacionalização que tem sido feito nos últimos três anos e meio e que representa “um eixo estratégico” da instituição.
“Nos primeiros anos fizemos a via-sacra da internacionalização com a casa às costas, para apresentar em festivais, para criar esses contactos. Este ano floresce a ideia que sempre tivemos, que é, a internacionalização de um teatro faz-se por colaboração entre iguais. Troca de conhecimentos, interesses e trabalhos em conjunto”, considerou.
“Ensaio sobre a Cegueira”, que se estreou em junho, vai ser reposto entre 09 e 18 de dezembro no TNSJ, mas antes vai estar cerca de um mês em Barcelona, em Espanha, e passar ainda pelo Theatro Circo, em Braga, e pelo Teatro Aveirense.
“Para que os Ventos se Levantem”, uma “reflexão sobre “Oresteia” de Ésquilo, considerado o “texto fundador” do “estado de direito e de justiça” e que se estrutura com uma nova dramaturgia do escritor franco-iraniano Gurshad Shaheman, sobe ao palco do São João, entre 20 de outubro e 06 de novembro, com encenação de Nuno Cardoso e da diretora do Teatro Nacional de Bordéus em Aquitaine, Catherine Marnas.
A peça vai estrear-se, em França, em outubro, com um elenco que junta jovens atores franceses e portugueses.
A programação do TNSJ inclui ainda “Finisterra”, uma mostra de espetáculos internacionais, que vai decorrer em 27 de janeiro e 25 de fevereiro de 2023, e foi outro dos destaques assinalados hoje na conferência de imprensa por Nuno Cardoso.
Os temas da catástrofe e tragédia constituem o ponto de partida para a “conceção de uma estratégia colaborativa e criativa numa Europa pós-pandémica”, lê-se no dossiê de imprensa.
"Maiakovski - O Regresso do Futuro", de Igor Gandra, que se estreia a 12 de outubro, e "Cómo Convertirse en Piedra", de Manuela Infante, a 15 de outubro, ambos no TeCA, são outras peças em destaque nesta temporada.
O presidente do conselho de administração do TNSJ, Pedro Sobrado, estimou que, em 2022 e 2023, os resultados de bilheteira voltem a ser idênticos aos níveis pré-pandémicos.
Em 2019, esse valor rondava os 223 mil euros, baixando em 2020 para 130 mil euros e em 2021 113 mil.
No quadro que apresentou na conferência de imprensa, a estimativa para este ano é que chegue aos 230 mil e em 2023 aos 262 mil euros de resultados na bilheteira.
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