O novo álbum vai ser editado pela Rastilho Records e conta com letras e composição do guitarrista Victor Torpedo, um dos membros fundadores da banda que no início dos anos 2000 conquistou um lugar na cena musical londrina, com um crítico a compará-los aos concertos iniciais de Sex Pistols.
Os seis anos de interregno entre "Back to Life", editado em 2012, e este novo álbum são explicados pela própria banda, que "é muito desordenada e muito estranha", mas também pela necessidade de haver disponibilidade de todos os membros para darem mais concertos, explicou à agência Lusa Victor Torpedo.
O regresso aos estúdios só aconteceu agora, mas a vontade já era antiga, sublinhou, referindo que o vocalista Afonso Pinto e o baixista Pedro Chau já o andavam a "chatear para fazer um álbum".
Já o processo de criação das músicas presentes no novo álbum foi rápido.
"Sou um rapaz, em termos de processo musical, muito ansioso. Quando digo que é para avançar, então no dia a seguir quase que temos de ter as coisas feitas", sublinhou Victor Torpedo.
A uma velocidade "vertiginosa", as canções foram criadas quase num dia, uma vez que quando o guitarrista se lança para a criação, já tem "as músicas guardadas na cabecinha".
"Fico um bocado chocado quando artistas me falam que estiveram parados um certo tempo para pensar no disco", admite.
No caso de Victor Torpedo, as canções surgem como numa torrente, numa espécie de sintonia com a própria postura e atitude da banda, que "vive sempre com grande urgência".
"É tudo caótico e é tudo muito rápido. Foi sempre assim", vincou Torpedo.
Segundo o guitarrista, as músicas que vão estar presentes no próximo álbum "seguem a linhagem" dos anteriores discos, assumindo "os padrões clássicos de músicas dos Parkinsons".
"Há umas mais épicas, outras de rock'n'roll, outras com uma pitada de reggae e uma balada clássica", contou, rejeitando a ideia de encarar os Parkinsons como um grupo com um som "muito agressivo".
"Sempre nos quisemos afastar do estereótipo do punk mais duro, mais pesado. Somos uma banda de punk rock, mas nunca seguimos as regras", frisou.
As letras do novo álbum também seguem os temas abordados no passado.
"Falamos das nossas vivências, da nossa observação diária da sociedade, das tragédias, da política, da corrupção. Há essa vertente política e social de coisas que vamos vendo no nosso dia-a-dia", referiu.
O lançamento do álbum está marcado para 27 de abril, tendo já sido apresentado o primeiro single, "See no Evil".
Também este ano é lançado o DVD do documentário "A Long Way to Nowhere", de Caroline Richards, sobre a banda portuguesa.
Os The Parkinsons são atualmente compostos por Afonso Pinto (voz), Victor Torpedo (guitarra), Pedro Chau (baixo), João Silva (teclas) e Ricardo Brito, que é o 13.º baterista da banda - uma "maldição" que acompanha o grupo, conta o guitarrista.
Formados em 2000, em Londres, por três músicos de Coimbra, Afonso Pinto, Victor Torpedo e Pedro Chau, e pelo escocês Chris Low, rapidamente deram nas vistas na cena musical londrina.
Tiveram direito a críticas no The Guardian e o The Independent recomendava que os The Parkinsons fossem vistos "antes de serem presos" - chegaram a ser expulsos de ‘clubs' londrinos.
Em 2002, lançaram o álbum de estreia, "A Long Way To Nowhere", produzido por Ben Lurie e Jim Reid, dos The Jesus and Mary Chain.
Comentários