"Às vezes o amor": um festival, oito concertos e todos com o objetivo de celebrar o amor. No Porto, o Coliseu encheu-se para ouvir Xutos e Pontapés, que voltaram a apresentar um concerto em formato acústico, seis anos depois.

Xutos e Pontapés no festival

Pouco depois da 22 horas, os Xutos e Pontapés subiam ao palco para celebrar o amor com as centenas de pessoas que esgotaram o Coliseu do Porto - e não eram só casados e namorados, também havia muitos solteiros que quiseram festejar o Dia de São Valentim.

Se na rua chovia, dentro do Coliseu só pingas de amor. A pensar nisso, os Xutos abriram o concerto com "Chuva Dissolvente", que foi cantada a uma só voz por todos.

O início do concerto continuou calmo, em género de preliminares, com  "Há qualquer coisa" e "Conta-me Histórias". Mas o primeiro clímax não tardou e chegou em "De madrugada (Tu & Eu)", o primeiro single do último álbum da banda, "Puro".

Se para uma parte das centenas de pessoas que enchiam o Coliseu do Porto só conhecia as músicas que passam na rádio, outra parte sabia todas e provou-o ao seguir  todos os versos de "No quarto de Candy" ou de "Da nação".

O concerto já ia a meio, mas calor só das paixões. Tim explicou que há seis anos que não subiam ao palco em formato acústico e que planearam o concerto pensando na especialidade do dia, o amor. Por isso, a banda preparou diversas verões de canções, o que levou Kalu até ao piano para "Um Deus".

Seguiu-se mais uma versão, desta vez em "Se te amo", apresentada em estilo jazz/blues, o que originou a primeira grande ovação da noite.

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Contidos nas palavras durante todo o concerto, os Xutos e Pontapés esticaram-se na conversa para apresentar o momento especial da atuação. "É uma felicidade estarmos aqui a comemorar este dia com quem mais gostámos. Espero que isto não resulte numa orgia fantástica", gracejou Tim antes de pedir ao público para acender as canetas luminosas oferecidas à entrada do concerto.

Com todas as luzes desligadas, as canetas luminosas criaram uma espécie de manto estrelado - de fazer inveja a muitas procissões de velas - que teve "Para sempre" como banda sonora.

Apesar das manifestações de amor durante o concerto não serem muitas - não passavam de uns beijos repenicados -, o amor estava bem presente nas canções e o que foi mais que confirmado em "Homem do leme" e "Circo de feras".

Tal como no amor, nos concertos às vezes também há mudanças de alinhamento. Tim, Zé Pedro e Kalu decidiram no ensaio trocar a ordem de duas canções, mas esqueceram-se de avisar João Cabeleira, que brincou com a situação: "Estou-me a sentir o corno, que é sempre o último a saber".

Entre trocas, o concerto inserido no festival "Às vezes o amor" seguiu com "Ai se ele cai" e "Contentores", canção que levantou todo o Coliseu do Porto e que fez alguns dos fãs abanarem os cachecóis como se o clube do coração tivesse marcado um golo.

Duas horas depois do início do concerto a energia continuava. Em "Maria" e "A Minha Casinha" todo o público se levantou, saltou e cantou a uma só voz as canções mais marcantes do repertório de uma das bandas de rock mais admiradas em Portugal.

Com mais de 37 anos de estrada, os Xutos e Pontapés continuam a arrastar centenas de fãs. E, defendem alguns historiadores, que desde a idade média que o Dia dos Namorados é o motivo para celebrar o amor e assim foi no Coliseu do Porto.