De férias desde o final das gravações da novela «Doce Tentação», onde interpreta a pragmática Dora, a atriz São José Correia conversou com o SAPO TV, no Algarve, e revelou que vai estrear-se na realização.
Finalmente, férias...
É verdade, depois de tantos meses de gravações, finalmente férias!
Está a aproveitar o sol algarvio?
Estou aqui para duas festas muito importantes, a da Elite, e a da TVI.
Vai estar de férias até quando?
Vou começar a gravar uma curta metragem já no dia 12 de agosto, onde me vou colar ao Francisco Antunes na realização. Vou corealizar, digamos assim, e dirigir os atores, entre os quais o Vítor Norte.
É a sua primeira experiência atrás das câmaras?
É a minha estreia e estou muito entusiasmada.
Acha que pode ser uma nova aposta para o seu futuro?
Não sei, vamos ver como é que esta corre. Pode não correr muito bem. Todos nós temos muita imaginação, mas depois há os que conseguem transmitir aquilo que pensam para a ação e eu ainda não sei se consigo fazer isso. Vou usar a minha intuição e vou ter o apoio do Francisco Antunes, com quem já colaborei noutras curta metragens. Espero que aquilo que eu imagino na minha cabeça seja a mensagem que vai passar para os espetadores. Vamos ver...
Está cada vez mais ligada à realização?
É verdade, até porque tenho muita coisa dentro de mim para passar cá para fora e a representação já não chega. Preciso de mais.
Enquanto atriz nota-se sempre uma entrega muito grande em todos os seus papéis...
Obrigada, é assim que realmente trabalho, sempre com entrega total e ainda bem que é assim, que as pessoas também me sentem enquanto atriz. Agora só espero conseguir fazer o mesmo do lado de trás da câmara. Tenho muitas ideias para séries, mas são coisas que tenho mesmo de ser eu a fazer, senão torna-se muito complicado de explicar a outros.
Quando se tem vontade é mais fácil...
Tem de se ter vontade e acima de tudo não ter medo de falhar. E isso eu já aprendi na minha carreira de atriz. Enquanto atores todos nós nos expomos muito e temos egos muito frágeis. Trabalhamos seis meses num projeto, entregamo-nos por inteiro e, de repente, alguém nos vai ver e nos arrasa com uma crítica menos boa, ou não gosta de todo, e isso exige uma certa couraça da nossa parte para não nos deixarmos ir abaixo. Temos de ter uma grande capacidade de encaixe. Todos nós queremos sempre que os outros gostem de nós.
E televisão, vai estar afastada agora?
Estou à espera de uma resposta em relação a uma série mas ainda é possível que demore algum tempo. Novelas agora só lá para o ano, até porque «Doce Tentação» ainda vai estar em exibição até dezembro, por isso nunca poderia entrar nas novas novelas que estão na calha.
E teatro?
Estou a tentar pôr de pé uma peça com o Rogério de Carvalho, já consultei o espaço do Teatro Nacional de S. Luiz. Estou à procura de financiamento, mas está muito difícil. Tive uma boa notícia, de que vão abrir os concursos de «Pontuais», os únicos a que posso concorrer, porque não tenho uma companhia. Estamos a falar de um só projeto. Será na primeira semana de outubro e já tenho tudo pronto para tentar a minha sorte.
Quer revelar mais sobre a peça?
É um texto de Eugénio O'Neill. Fui eu que encomendei a tradução ao Pedro Cavaleiro. O texto e os direitos estão comigo, será encenada pelo Rogério de Carvalho e só estou mesmo à espera de dinheiro.
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