"The War on Cuba", que se estreou na passada quarta-feira em horário nobre na televisão pública cubana, tem início em Havana, onde uma mulher com um chapéu de aba larga tira uma selfie enquanto dirige um velho carro americano conversível.
"As pessoas vêm em busca da Cuba real e é isso que fazem, mas esta não é a minha Cuba", diz a jornalista Liz Oliva, que leva o telespectador a conhecer a realidade dos cubanos que não aparece nos postais.
Embora a série critique o governo por ter "queimado" o duro discurso do bloqueio americano, em vigor desde 1962, o seu objetivo é mostrar que essa medida, intensificada durante o governo de Donald Trump, afeta diretamente o quotidiano dos cubanos.
"Queremos atingir um público mais amplo e acreditamos que isso é possível através das redes sociais e do YouTube", ressaltou o jornalista americano Reed Lindsay, realizador da minissérie, produzida pelos cineastas Oliver Stone e Danny Glover e tornada pública no YouTube desde outubro passado (pode ser vista aqui), durante apresentação a Cuba.
Entre as histórias contadas na série, Oliva inclui a sua como filha de um médico que fazia parte das polémicas equipas de saúde enviadas ao exterior.
As missões médicas de Cuba foram consideradas pelos Estados Unidos como uma forma de "exploração humana".
Dando voz aos cidadãos, o documentário mostra a explosão do turismo e de novos negócios que emergiram após o restabelecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos em 2015, sob o governo de Barack Obama.
"Havana estava repleta, havia celebridades, músicos, políticos, todo a gente, era uma loucura", conta Idania del Río, fundadora da Clandestina, marca famosa do comércio privado cubano.
O país foi palco de um desfile de moda da Chanel, os Rolling Stones atuaram num show esgotado e cenas dos filmes da saga "Velocidade Furiosa" foram filmadas na ilha.
"Mas depois Trump ganhou" e tudo isso acabou, acrescenta desanimada Idiana, numa cena da série.
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