Reconhecido em Veneza e nomeado aos Globos de Ouro, o filme do cineasta Walter Salles sobre a ditadura militar (1964-1985) disputará três Óscares: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para sua protagonista, Fernanda Torres.

O presidente Lula da Silva expressou o seu "orgulho" pelas nomeações de "Ainda Estou Aqui" nas suas redes sociais.

"Vocês são brasileiros e não desistem nunca", parabenizou Lula à equipa do filme, numa mensagem com um "meme" de Torres sob a legenda "BRASIL TOTALMENTE INDICADO!".

"Estou muito orgulhosa de uma história brasileira fazer sentido no mundo", disse por sua vez a atriz, que até ganhou um "bloco" de carnaval em sua homenagem no Rio de Janeiro.

Torres repetiu o feito da sua mãe, Fernanda Montenegro, que há 26 anos também foi nomeada para um Óscar por outro filme de Salles, "Central do Brasil".

"Se ela ganhar vamos comemorar igual a uma Copa do Mundo, se não ganhar a gente vai estar sempre feliz porque foi muito importante, é um trabalho super incrível", disse à AFP Isabela Caetano, uma estudante de Publicidade de 19 anos, no centro de São Paulo.

"Eu achei uma coisa maravilhosa, é um sentimento de que alguns países do Sul Global estão conseguindo mostrar sua cultura para o Norte Global então para a gente isso é muito significativo", orgulhou-se Julia Bassedon, uma bibliotecária de 24 anos.

"Ainda Estou Aqui" conta a luta de Eunice Paiva e dos seus cinco filhos após o rapto do seu marido, o deputado progressista Rubens Paiva, pelas mãos de agentes do Estado em 1971.

O corpo de Paiva nunca foi encontrado e o seu desaparecimento continua impune.

O Brasil nunca julgou os crimes da ditadura, que, segundo números oficiais, deixou mais de 400 mortos e desaparecidos, além de milhares de vítimas de tortura e prisões ilegais.