O ator que se tornou um realizador consagrado, vencedor de quatro Óscares, e que nos últimos 10 anos lançou nove filmes, mantém o entusiasmo com o trabalho.
Na verdade, Eastwood não é grande fã dos aniversários. "Faremos algo familiar, muito, muito tranquilo", afirmou o seu filho Scott, de 34 anos, também ator, ao Access Hollywood.
Eastwood tem uma carreira de sete décadas, com mais de 50 filmes, o mais recente deles "O Caso Richard Jewell", que estreou em novembro de 2019.
A produção recebeu críticas pouco consensuais e gerou forte rejeição pela representação de uma jornalista que trocava sexo por segredos do FBI.
Mas a carreira de Eastwood resistiu a outras polémicas, desde as acusações de violência excessiva nos westerns conhecidos como "Trilogia dos Dólares", de fascismo em "Dirty Harry" e belicismo em "American Sniper", até à sua representação do racismo em "Gran Torino".
Além das estatuetas recebidas por "Imperdoável" e "Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos", e da Palma de Ouro do Festival de Cannes pelo conjunto da sua carreira, o currículo de Eastwood também contém alguns fracassos, massacrados pela crítica.
Conhecido em Hollywood como um homem educado mas relutante em conversar sobre a sua vida pessoal, Eastwood insinuou alguns projetos futuros, mas não tinha confirmado nenhum plano antes da pandemia de COVID-19 paralisar todas as produções em março.
Numa entrevista em janeiro, afirmou ao canal britânico ITV que ainda desfruta do seu trabalho. "Gosto de fazer isto, é bom poder ter um emprego remunerado", declarou na ocasião.
"Gosto de estar em filmes, gosto de fazer filmes e comecei a realizar filmes porque pensei que um dia eu iria olhar para o ecrã e dizer: 'Já chega, Eastwood, é melhor fazer outra coisa'".
Em outras entrevistas, Eastwood disse que não entende porque é que cineastas tão importantes com Billy Wilder e Frank Capra se reformaram cedo e expressou o desejo de continuar a trabalhar enquanto receber projetos interessantes.
Apesar de ter anunciado previamente que ia terminar a sua carreira depois de "Gran Torino" em 2008, Eastwood voltou à frente das câmaras quatro anos depois em "As Voltas da Vida" e, em 2018, com "Correio de Droga".
"Ele é bastante imprevisível", disse Tim Gray, da revista Variety. "Tenho a sensação de que agora faz apenas o que deseja fazer".
Além de continuar a supervisionar as atividades da sua produtora Malpaso, Eastwood, que foi mayor de Carmel (1986-88), continua comprometido politicamente: apoiou nos últimos meses a fracassada campanha de Michael Bloomberg à presidência.
E com oito filhos e muitos netos, Eastwood certamente será muito celebrado no domingo, embora não goste de comemorações.
"Ele odeia aniversários", afirmou a sua filha Alison à revista Closer no ano passado. "Acho que ele só quer trabalhar e aproveitar a sua vida, mas não acredito que ele queira celebrar ... Veremos".
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