No domínio do cinema, para a 89.ª edição fala-se, sobretudo, de "La La Land: Melodia de amor", o musical de Damien Chazelle que é um tributo ao cinema de Hollywood e que soma 14 nomeações, e de "Moonlight", drama de Barry Jenkins, com oito nomeações.

"La La Land" está nomeado na maioria das categorias, incluindo melhor filme, realização, argumento original e banda sonora, tem ainda uma dupla nomeação para melhor canção e para a representação, com o par Ryan Gosling e Emma Stone.

O filme soma tantas nomeações como "Titanic" (1997) e "Eva" (1950). Se Damien Chazelle vencer o prémio de melhor realização será, aos 32 anos, o mais novo realizador a ser distinguido nesta categoria.

Na história destes prémios apenas três filmes conquistaram o máximo histórico de 11 estatuetas: "Titanic", "O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei"(2003) e "Ben-Hur" (1959).

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"Moonlight" poderá equilibrar as contas dos Óscares, em particular pela prestação do ator Mahershala Ali, como ator secundário, e pelo argumento, a partir de uma história de Tarell Alvin McCraney.

A publicação Hollywood Reporter e os jornais New York Times e Los Angeles Times apostam na vitória de "La La Land" tanto para melhor filme como realização.

Para o Óscar de melhor realização dominam as estreias: Damien Chazelle, Tom Ford ("Animais Noturnos"), Barry Jenkins ("Moonlight") e Kenneth Lonergan ("Manchester by the sea"), com o repetente Mel Gibson ("O herói de Hacksaw Ridge") pelo meio.

Para melhor filme foram nomeados "Primeiro Encontro", "Vedações", "O herói de Hacksaw Ridge", "Hell or High Water - Custe o que custar!", "La La Land", "Lion - A longa estrada para casa", "Manchester by the sea" e "Moonlight".

A disputar o Óscar de melhor ator principal estão Ryan Gosling, Casey Affleck ("Manchester by the sea"), Denzel Washington ("Vedações"), Andrew Garfield ("O herói de Hacksaw Ridge") e Viggo Mortensen ("Capitão Fantástico").

Na categoria de melhor atriz principal estão Isabelle Huppert ("Ela"), Meryl Streep - nomeada pela 20.ª vez com "Florence, uma diva fora de tom" -, Natalie Portman ("Jackie"), Ruth Negga ("Loving") e Emma Stone.

Se Meryl Streep vencer, poderá igualar o recordes de quatro Óscares conquistados por Katherine Hepburn. A atriz poderá ainda aproveitar o discurso de agradecimento para voltar a criticar a administração norte-americana de Donald Trump.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, já fez saber que o presidente dos Estados Unidos não deverá assistir à cerimónia, que será apresentada pela primeira vez pelo humorista Jimmy Kimmel.

Para o Óscar de melhor filme estrangeiro, em língua não inglesa, estão nomeados "Toni Erdmann" (Alemanha), "Under sandet" (Dinamarca), "En man som heter Ove" (Suécia), "Tanna" (Austrália) e "O vendedor" (Irão).

O realizador iraniano Asghar Farhadi, que dirigiu "O vendedor", estará ausente em protesto contra as medidas anti-imigração de Donald Trump. Em representação do cineasta estarão presentes dois cidadãos iraniano-americanos: a engenheira Anousheh Ansari e Firouz Naderi, cientista da NASA.

No início de fevereiro, no habitual almoço com todos os nomeados, a presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, apelava à tolerância e à liberdade.

"Apoiamos os artistas de todo o mundo, levantamo-nos contra os que pretendem limitar a nossa liberdade de expressão e por este princípio fundamental: todos os artistas do mundo estão ligados por um laço indestrutível mais forte que as nacionalidades e a política", disse.

Esta edição fica ainda marcada pela diversidade racial, refletida em várias categorias, à frente e atrás das câmaras, há muito exigida por Hollywood.

Denzel Washington e Viola Davis ("Vedações"), Ruth Negga ("Loving"), Mahershala Ali e Naomie Harris ("Moonlight") e Octavia Spencer ("Elementos secretos"), todos nomeados em categorias de representação, espelham essa diversidade racial.

Pela primeira vez, uma mulher afro-americana, Joi McMillon ("Moonlight"), foi nomeada para o Óscar de melhor montagem, e Bradford Young ("Primeiro Encontro") é o segundo diretor de fotografia negro a ser nomeado na história dos prémios.

Nos quase 90 anos de história dos Óscares, nenhum realizador ou realizadora negra venceu a estatueta dourada de melhor realização.

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