O documentário "Super/Homem – A História de Christopher Reeve" chega esta quinta-feira aos cinemas portugueses e como um grande evento, a mais salas e sessões do que é habitual para o género.

Anunciado como uma "narrativa comovente e vivida da notável história de Reeve", o filme sobre o malogrado ator falecido, foi aclamado na antestreia mundial em janeiro no Festival de Cinema de Sundance e tem uma estreia limitada nos cinemas a coincidir com o 20.º aniversário da sua morte, a 10 de outubro de 2004, aos 52 anos, por insuficiência cardíaca, antes de chegar em data por anunciar à plataforma Max.

Como destaca a sinopse oficial, "a história de Christopher Reeve é uma ascensão notável de um ator desconhecido à icónica estrela de cinema, e a sua interpretação de Clark Kent/Super-Homem que estabeleceu o padrão para os universos cinematográficos de super-heróis que dominam o cinema atual. Reeve interpretou o Homem de Aço em quatro filmes do Super-Homem e desempenhou dezenas de outros papéis que demonstraram o seu talento e versatilidade como ator, antes de sofrer um acidente quase fatal de equitação em 1995 que o deixou paralisado do pescoço para baixo".

"Após se tornar tetraplégico, ele tornou-se um líder carismático e ativista na procura por uma cura para lesões na medula espinhal, bem como um apaixonado defensor dos direitos e cuidados das pessoas com deficiência – tudo isso enquanto continuava a sua carreira no cinema, tanto à frente como atrás das câmaras, e se dedicava à sua querida família", acrescenta a descrição.

Os realizadores Peter Ettedgui e Ian Bonhôte com Will Reeve ao centro, filho do ator

Além das inevitáveis imagens dos seus filmes, o trabalho realizado por Ian Bonhôte e Peter Ettedgui também apresenta "vídeos familiares nunca vistos e um extraordinário conjunto de material de arquivo pessoal, bem como as primeiras entrevistas já filmadas com os três filhos de Reeve sobre o pai, e entrevistas com atores de Hollywood de primeira linha que foram colegas e amigos de Reeve", como Glenn Close, Whoopi Goldberg e Susan Sarandon, além de depoimentos da esposa do ator, falecida em 2006, de cancro do pulmão.

"Abrimos a cortina da intimidade, mostramos como a fama o transformou numa pessoa um pouco algo distante da família, e a transformação que viveu após o acidente", disse Bonhôte.

Já Ettedgui definiu o documentário como uma “cinebiografia retrospetiva” em que a "sua história tem uma grande dose de tragédia e alegria, ele é o único, o original e o melhor Super-Homem da história, mas o seu verdadeiro heroísmo estava fora dos ecrãs".

"Super/Homem – A História de Christopher Reeve" também aborda a grande amizade com Robin Williams, que se suicidou em 2014, que durou até a morte de Reeve: os dois conheceram-se na prestigiada Juilliard School em Nova Iorque e dividiram quarto durante os anos de universidade.

“Sempre pensei que se o Chris estivesse presente, o Robin ainda estaria vivo”, disse Glenn Close numa entrevista.

Robin Williams com Christopher Reeve, a sua esposa Dana Reeve e o filho Will numa antestreia a 7 de maio de 2004

O filme "foi um presente, temos muita sorte", contou o seu filho Matthew Reeve em entrevista em Sundance, referindo-se ao visionamento dos vídeos caseiros guardados durante muitos anos e que a família decidiu que era a altura de serem partilhados com o público.

E esclareceu: "Durante o processo de compilação, descobrimos que ele era um homem muito mais incrível do que nos lembrávamos. Não temos apenas os filmes dele para ver, mas também uma coleção de filmes caseiros e entrevistas arquivadas no YouTube para desenterrar e revisar. Ver coisas que nunca tinha visto mudou a minha perceção dele. Na verdade, melhorou. Foi ótimo darmo-nos conta disso e descobrir muito mais material do que conhecíamos".

Os filhos, atualmente à frente da Fundação Christopher & Dana Reeve, dedicada a ajudar pessoas com lesões na espinhal medula, esperam que documentário permita aos seus espectadores verem a história do pai de um outro ângulo.

"As pessoas lembram-se dele como ator, ou depois do acidente, mas talvez não conheçam toda a complexidade da sua vida, a gama das suas paixões, e que houve dias difíceis, mas também dias muito bonitos e alegres ao longo do caminho", disse Matthew.

O final do documentário chega com uma citação de Reeve sobre o que pensava quando alguém lhe perguntava o que era um herói, e como a resposta mudou depois do acidente: “Um herói é uma pessoa normal que encontra forças para persistir e resistir, apesar dos obstáculos esmagadores”.

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