A Warner Bros. ofereceu um olhar da sua aguardada sequela de “Joker” na convenção CinemaCon na terça-feira, enquanto o estúdio de Hollywood estabelece planos para aproveitar o sucesso de bilheteira do ano passado “Barbie”.
A apresentação da Warner no encontro com os proprietários das salas de cinema em Las Vegas também contou com cenas da aguardada sequela do clássico "Beetlejuice" dos anos 1980 ("Os Fantasmas Divertem-se" em Portugal), além de Robert Pattinson a promover uma nova produção de ficção científica de Bong Joon-ho, o realizador do vencedor dos Óscares "Parasitas".
Mas a atenção esteva em "Joker: Loucura a Dois", a sequela de Todd Phillips de um controverso original que valeu o Óscar de Melhor Ator à sua estrela Joaquin Phoenix e reinventou o que é possível para as adaptações da banda desenhada de super-heróis.
O “Joker” de 2019 ofereceu uma história de origem sombria para adultos sobre Arthur Fleck, o futuro inimigo do Batman, e dividiu o público ao apresentar o seu vilão assassino como um herói, até mesmo suscitando receios de que pudesse inspirar tiroteios em massa.
Surgiram rumores à volta da sequela, que será lançada a3 de outubro em Portugal e adiciona ao seu elenco Lady Gaga, uma das maiores estrelas da música pop do mundo, descrita como um musical.
Apresentando um primeiro trailer, Phillips chamou ao seu último trabalho “um filme onde a música é um elemento essencial”, acrescentando que “na verdade, não se afasta muito do primeiro” nesse sentido.
TRAILER LEGENDADO.
“O Arthur é estranho, indiferente e distante, todas essas coisas, mas tem música dentro dele, tem uma graciosidade”, explicou.
“Isso influenciou muito a dança do primeiro filme… então não pareceu um grande passo o que fizemos aqui. É diferente, mas acho que fará sentido quando o virem”, explicou.
O trailer mostrou o Joker de Phoenix a encontrar a Harley Quinn de Lady Gaga num asilo, antes dos dois aparentemente planearem a sua fuga.
Outras sequências oníricas apresentaram a dupla a dançar romanticamente num telhado iluminado pela lua na cidade de Gotham e apresentando um elaborado espetáculo no palco.
“Vou contar o que mudou. Já não estou sozinho”, diz o Joker a dado momento.
Phillips também agradeceu aos proprietários de cinemas por apoiarem o primeiro filme durante a polémica em 2019 suscitada pela suas temáticas, arrecadando mais de mil milhões de dólares em todo o mundo.
'Foi óbvio'
A cimeira anual da indústria cinematográfica CinemaCon é uma oportunidade para os estúdios de Hollywood apresentarem os seus próximos filmes aos proprietários dos cinemas de todo o mundo.
Este ano, está a ser decorrer num momento em que as previsões da indústria prevêem que o volume anual de bilheteira mundial diminuirá, em parte devido ao impacto das recentes greves em Hollywood.
Atores e argumentistas fecharam centenas de produções de filmes e TV no ano passado, deixando lacunas no atual calendário de estreias.
O golpe é apenas o mais recente num difícil período de cinco anos para a indústria, que ainda não recuperou totalmente da pandemia e da ascensão do streaming.
Como estúdio, a Warner teve um sucesso significativo com "Barbie", o filme de maior bilheteira do ano passado, que arrecadou 1,45 mil milhões de dólares.
Mas a empresa-mãe Warner Bros. Discovery, criada por uma fusão em 2022, viu um trambolhão na cotação das suas ações, mesmo com a ocorrência de despedimentos em massa.
Portanto, a expectativa era alta para a próxima lista de estreias do estúdio, que também incluem "Furiosa: Uma Saga Mad Max", de George Miller, "Trap", mais terror de M. Night Shyamalan, e a nova saga no Oeste americano de Kevin Costner "Horizon".
Costner prometeu que o seu projeto, que envolve filmes consecutivos que chegam aos cinemas em junho e agosto, terá um olhar inabalável sobre os “duros” e “terríveis” colonos do século XIX que lutaram com unhas e dentes para conquistar a sua parte do Oeste dos EUA.
“Essa promessa significou que pisámos todo um grupo de pessoas que estavam aqui há milhares de anos”, explicou.
"Mas foi isso que aconteceu... Não faço julgamentos porque não quero menosprezar o engenho das pessoas para criar o que criaram aqui na América", notou.
A regressar do filme original, Michael Keaton e Catherine O'Hara apresentaram uma antecipação de "Beetlejuice Beetlejuice", uma sequela que o realizador Tim Burton chamou "uma estranha reunião de família".
E o cineasta coreano Bong Joon-ho fez a sua estreia no CinemaCon para promover a comédia de ficção científica “Mickey 17” – o seu primeiro filme desde que “Parasitas” se tornou o único filme em língua não inglesa a ganhar o Óscar de Melhor Filme.
“Com Bong a fazê-lo, foi óbvio”, disse Robert Pattinson sobre o que o levou a participar para interpretar várias personagens no filme, que será lançado no final de janeiro de 2025.
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