Vai estrear nos cinemas portugueses "The Apprentice" ("O Aprendiz", em tradução literal), o filme que Donald Trump está a tentar impedir que seja visto nos EUA.
O Deadline confirmou que Portugal está na lista de países incluídos nas vendas internacionais, através de um acordo de distribuição fechado com a NOS Audiovisuais.
Segundo a publicação, o interesse no mercado internacional pelo filme de Ali Abbasi com Sebastian Stan como um jovem Trump tem sido forte após a passagem pelo Festival de Cannes, onde recebeu elogios mas também provocou ondas de choque.
O filme ainda não tem distribuição assegurada nos EUA, embora se note que o acordo ainda pode ser fechado este mês, apesar da ameaça de um processo judicial para impedir a sua estreia feita pelos advogados do milionário, antigo presidente dos EUA e candidato às próximas eleições.
Na resposta pública, os produtores disseram que 'o filme é um retrato justo e equilibrado do ex-presidente. Queremos que todos vejam e depois decidam'.
"The Apprentice" acompanha os passos de um jovem Trump em Nova Iorque, quando iniciou as suas aventuras no setor imobiliário, e a relação com o seu mentor, o polémico advogado Roy Cohn (Jeremy Strong, da série "Succession").
No início, Trump está ávido pelos conselhos sobre como administrar os seus projetos imobiliários e beneficia dos técnicas de Cohn, de legalidade duvidosa. E as regras pelas quais vivia soam familiares: sempre ao ataque;, nunca admitir o que quer que seja e negar tudo; reivindicar sempre a vitória e nunca admitir a derrota.
O futuro milionário irá pouco a pouco conquistar o seu lugar na cidade e os seus negócios, como a famosa Trump Tower, vão prosperar.
O filme do realizador dinamarquês de origem iraniana também mostra o relacionamento de Trump com a primeira esposa, Ivanna (Maria Bakalova no filme), incluindo uma muito comentada e polémica cena de uma violação, que alegadamente ocorreu após uma discussão em que ela o menospreza por ficar gordo e careca.
Na vida real, Ivana acusou Trump de violá-la durante o processo de divórcio de 1989, mas retratou-se em 2015, um ano antes das eleições que o tornaram presidente dos EUA: a cena tem estado no centro das alegações da equipa do milionário contra a estreia do filme.
Foram este e outros momentos da vida privada, como quando decide submeter-se a uma lipoaspiração, que a revista The Hollywood Reporter descreveu como chocantes e que provocaram audíveis reações da audiência durante a antestreia mundial em Cannes.
"Queríamos fazer uma versão 'punk rock' de um filme histórico, o que significa que tínhamos que manter um pouco da energia, uma certa ideia [e não] sermos demasiado minuciosos sobre os detalhes e o que é verdadeiro ou falso", declarou recentemente à Vanity Fair o realizador, autor dos thrillers "Holy Spider" (2022) e "Na Fronteira" (2018), ambos premiados em Cannes.
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