
Os filmes de terror "Umbral", distinguido como melhor curta-metragem de ficção, e "Era uma vez no apocalipse", com a vitória em cinco categorias, destacaram-se na terceira edição dos Prémios Curtas, anunciou hoje a organização.
O documentário "Kora" garantiu à cineasta Cláudia Varejão os prémios de melhor realização, melhor montagem e melhor curta documental, as três categorias para as quais estava nomeado.
No cinema de animação, a curta-metragem "Percebes", de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, premiada no Festival de Annecy, em França, no ano passado, também arrecadou os prémios a que era candidata: melhor curta, melhor som (Bernardo Bento, Ricardo Salazar e Vasco Carvalho) e melhor banda sonora (Nicolas Tricot).
Os Prémios Curtas foram criados em 2023, em Lisboa, para celebrar o formato da curta-metragem e os profissionais que nela trabalham, sendo atribuídos em 18 categorias, da realização à interpretação, da direção de fotografia ao guarda-roupa.
Para esta terceira edição, os filmes mais nomeados eram "Umbral", de Miguel Andrade, com dez indicações, e "Era uma vez no apocalipse", de Tiago Pimentel, com nove.
"Umbral", feito em contexto escolar, com produção do Politécnico do Porto - Escola Superior de Media Artes e Design, já distinguido no MOTELX 2024, conquistou agora o prémio principal de melhor curta de ficção, enquanto "Era Uma Vez no Apocalipse" obteve o maior número de prémios, incluindo melhor ator e melhor ator secundário, para Sérgio Godinho e Paulo Calatré, respetivamente.
Esta curta-metragem foi igualmente premiada pela melhor direção artística - prémio atribuído ao ‘designer’ luso-canadiano Luís Sequeira, que já esteve nomeado para os Óscares pelo trabalho em filmes de Guillermo del Toro -, melhor caracterização (Susana Cruz) e melhores efeitos visuais (Gonçalo Homem e Johnny Rodrigues).
"Era um vez no apocalipse" já tinha sido distinguida no festival de Avanca e no Shortcutz Lisboa.
Paula Só (melhor atriz em "O procedimento"), Bia Gomes (melhor atriz secundária em "Antes do nascer da lua"), Frederico Lobo (melhor fotografia, "Quando a terra foge"), Mónica Lafayette (melhor guarda roupa, "Prima ku Lebsi), "À tona da água" (melhor argumento) são os outros Prémios Curtas.
Ao encenador e ator Luís Miguel Cintra foi entregue o prémio honorário de carreira, já anunciado em fevereiro.
"Luís Miguel Cintra carrega consigo décadas de palco e de ecrã, atravessando tempos e formas de fazer arte com uma dedicação que transcende o próprio ofício", afirma o crítico de cinema Hugo Gomes, membro do júri, citado no comunicado dos Prémios Curtas.
"Seja no Teatro da Cornucópia, que ajudou a fundar e onde deu corpo a clássicos e a contemporâneos, seja no cinema, onde a sua voz e a sua presença se tornaram inconfundíveis, Cintra nunca aceitou o caminho fácil. Preferiu sempre o da verdade e da procura, o da entrega e da dúvida", acrescenta o comunicado.
O prémio honorário, pelo conjunto da carreira de uma personalidade na área do cinema, foi atribuído este ano pela primeira vez.
O júri desta terceira edição dos Prémios Curtas foi composto por Frederico Corado, Marina Leonardo, Hugo Gomes, Inês Moreira Santos, Rafael Félix, Carolina Serranito, Francisco Rocha, Jasmim Bettencourt, Filipa Amaro, André Pereira, Bernardo Freire e Bruno Gascon.
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