John Travolta , Uma Thurman, Samuel L. Jackson e Harvey Keitel juntaram-se para festejar os 30 anos de "Pulp Fiction". Que é o mesmo que dizer que foi o reencontro de Vincent Vega, Mia Wallace, Jules Winnfield e Winston Wolfe, as criações do cineasta Quentin Tarantino.
Os atores estiveram na quinta-feira na sessão especial do clássico de 1994 no Festival de Cinema Clássico TCM.
Outros membros do elenco estiveram na sessão mais discretamente, como Frank Whaley (Brett, que tinha a pasta que a personagem de Marcellus queria e procurada por Jules e Vincent na cena do apartamento), Phil LaMarr (era Marvin, um dos amigos de Brett, acidentalmente alvejado por Vincent no carro, sujando tudo e todos), Burr Steers (Roger, um dos amigos de Brett), Eric Stoltz (Lance, o fornecedor das drogas de Vincent) e Julia Sweeney (Raquel, a filha do dono do ferro-velho onde desaparecia o corpo de Marvin), além do produtor Lawrence Bender e dos produtores executivos Stacey Sher e Michael Shamberg.
Doente, Bruce Willis esteve representado pela esposa Emma Heming Willis e a filha Tallulah Willis, aplaudidas pelo público.
Os únicos entrevistados foram Travolta, Jackson, Thurman e Keitel, que falaram sobre o impacto nas suas carreiras e na história do cinema do filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes e do Óscar de Melhor Argumento Original.
“Mudou o cinema, portanto é quase difícil entender. Sinto que tive um relacionamento em evolução e um crescimento maravilhoso com ‘Pulp Fiction’ durante toda a minha vida. Mudou o cinema e mudou todos os cineastas que conheci desde então”, disse Uma Thurman, que foi nomeada para o Óscar de Melhor atriz Secundária, ao lado dos colegas durante a conversa com o apresentador da Turner Classic Movies, Ben Mankiewicz, citada pela Variety.
Já Harvey Keitel riu-se ao recordar que Tarantino pronunciou o seu nome incorretamente a primeira vez que se conheceram, antes da produção do seu filme de estreia, "Cães Danados" (1992).
“Quentin é um daqueles talentos que mudou o ambiente em que trabalhávamos com o seu enorme talento. A sua força estética era tão poderosa que teve o poder de mudar a sua direção e estamos todos aqui esta noite pelo mesmo motivo: respeitamos a arte e o artista", contou.
Faz parte da mitologia dos bastidores de "Pulp Fiction" que a carreira de John Travolta estava estagnada antes da proposta para ser Vincent Vega, que lhe valeu a nomeação para o Óscar de Melhor Ator.
"Tive um ótimo primeiro capítulo e estava a procura desesperadamente de um segundo. E [Quentin] levou-me à Lua e de volta. Depois disso, foram impressionantes as oportunidades que surgiram no meu caminho. Um ator só pode imaginar sobre o que me aconteceu depois disso. Foi o próximo nível”, recordou.
Samuel L. Jackson recordou de forma mais modesta o impacto na sua carreira de Jules Winnfield, que o transformou num ícone do dia para a noite e o colocou na corrida ao Óscar de Melhor Ator Secundário.
“Estava a flutuar e a ir bem, e este filme foi um grande impulso para mim, simplesmente a trabalhar e a avançar", disse.
O ator recordou como foi ver "Pulp Fiction" em Cannes ao lado de Bruce Willis, com quem viria a participar no filme a seguir, "Die Hard 3 - A Vingança" (1995).
“O Bruce e eu estávamos sentados a assistir ao filme e o público estava a adorar. E Bruce disse, 'Sim, este filme vai tornar-te popular, mas ‘Die Hard’ vai fazer de ti uma estrela”, contou.
Mas Jackson reconheceu o impacto pessoal: "Mudou minha vida drasticamente, pois este foi o papel específico onde, de repente, as pessoas começaram a pensar que era o ca**** mais porreiro do planeta”.
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