
Centenas de estrelas de Hollywood pediram em carta aberta que a Casa Branca proteja os direitos do cinema, da TV e da música das gigantes da tecnologia e da Inteligência Artificial (IA).
Assinado por cerca de 400 artistas e diretores, o documento é uma resposta às grandes empresas que dizem que os seus modelos de IA devem ter permissão para serem treinados numa ampla gama de trabalhos protegidos por direitos de autor, sob pena de ficarem atrás das concorrentes chinesas.
Permitir que estas empresas explorem "as indústrias criativas e de conhecimento dos EUA" ameaçaria "a economia mais vibrante do mundo", diz a carta, que ressalta que a indústria do entretenimento oferece mais de 2,3 milhões de empregos e "uma base para a influência democrática dos EUA e de 'soft power' no exterior".
Trump assinou em janeiro um decreto em que se compromete a eliminar "o controlo governamental desnecessário" da IA e promover "o domínio global da IA dos EUA". A Casa Branca convidou as empresas e partes interessadas a apresentar sugestões.
Se os criadores chineses "tiverem acesso irrestrito às informações, e as empresas americanas não tiverem um acesso justo, a corrida pela IA estará acabada", advertiu a OpenAI, destacando o progresso rápido da China com modelos como o DeepSeek.
A resposta de Hollywood foi enviada ao departamento de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca na semana passada. Os organizadores da iniciativa informaram que continuavam a recolher assinaturas.
A IA tornou-se uma preocupação em Hollywood, onde estúdios e produtores querem explorar o seu potencial de redução de custos, mas muitos temem que isso acabe com empregos e afete a qualidade do conteúdo. Também foi uma questão central nas greves que levaram a indústria do entretenimento americana a uma paralisação longa e dispendiosa em 2023.
Argumentistas e atores chegaram a um acordo com os estúdios sobre temas como proteções rigorosas contra a IA, exigindo autorização e indemnização caso os modelos de IA sejam treinados com argumentos ou sejam criadas personagens com características dos atores.
"Não se enganem: esta questão vai além da indústria do entretenimento. O direito de treinar a IA com conteúdo protegido impacta todas as indústrias do conhecimento nos EUA", diz a carta.
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