Alan Rickman, um dos mais conhecidos e aclamados atores britânicos da atualidade, faleceu aos 69 anos em Londres, confirmou a sua família esta quinta-feira.
Distinguindo-se pela sua voz, o ator celebrizou-se a nível mundial graças ao singular vilão alemão Hans Gruber em "Assalto ao Arranha-Céus", bem como pelo professor Severus Snape na saga "Harry Potter", mas teve outros filmes importantes, bem como uma carreira no teatro e televisão.
Foram aliás os palcos, trabalhando para a Royal Shakespeare Company, que primeiro o celebrizaram como um carismático ator e a eles voltou frequentemente ao longo da sua carreira.
Nascido a 22 de fevereiro de 1946, o ponto de viragem aconteceu em 1986 com o papel do sedutor e mordaz Visconde de Valmont em "As Ligações Perigosas".
Na época, ficou famosa a frase da sua colega Lindsay Duncan que que os espectadores saiam da sala a desejar ter sexo "e preferencialmente com Alan Rickman".
A vasta experiência acumulada foi certamente importante para o seu primeiro filme, que o tornaria famoso a nível mundial: "Assalto ao Arranha-Céus", de 1988.
Se Bruce Willis forjou uma carreira a partir do polícia John McClane, o impacto do terrorista Hans Gruber não foi menor: o carisma, sofisticação e sotaque fizeram dele um vilão muito popular, que muitos filmes, incluindo sequelas de "Die Hard", e atores tentaram imitar. A personagem esta justamente na galeria dos vilões inesquecíveis do cinema e foi-lhe oferecida dois dias depois de chegar a Los Angeles.
A seguir, fez "Um Fantasma do Coração", uma belíssima comédia romântica com elementos fantásticos realizada por Anthony Minghella ("O Paciente Inglês"), mas a reputação no cinema consolida-se definitivamente quando "rouba" a Kevin Costner o protagonismo em "Robin Hood: Príncipe dos Ladrões" (1991) como o xerife de Nottingham.
A partir daí, o cinema dividiu-se entre papéis de prestígio como secundário em filmes americanos e de protagonista em filmes britânicos. Entre os títulos mais importantes deste período estão "Bob Roberts - Candidato ao Poder" (1992), "Sensibilidade e Bom Senso" (1995), "Michael Collins" (1996) e "Heróis Fora de Órbita" (1999).
Neste último, criou com requinte a personagem de um ator com trino clássico em peças de Shakespeare revoltado por dever a fama a um papel do género de Spock numa série de ficção científica.
Em 2001, o papel do professor Snape em "Harry Potter e a Pedra Filosofal" levou-o a vastas audiências, principalmente as mais jovens, interpretando-o até ao final "Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2" (2011).
Nos últimos anos, o seu prestígio elevou ainda filmes como "O Amor Acontece" (2003), "O Perfume - História de um Assassino" (2006), "Sweeney Todd: O Terrível Barbeiro de Fleet Street" (2007), "Alice no País das Maravilhas" (2010, apenas voz) e "O Mordomo" (2012) .
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