O escritor e cineasta argentino Edgardo Cozarinsky morreu no domingo aos 85 anos e os seus restos mortais foram sepultados na Biblioteca Nacional de Buenos Aires, segundo informações à comunicação social de pessoas que lhe eram próximas.

"Edgardo Cozarinsky morreu e é como se muitas pessoas tivessem ido embora com ele. Era escritor, cineasta, dramaturgo, ator, milonguero [dançarino de tango], um tipo inteligente, gentil e talentoso", escreveu o escritor argentino Pedro Mairal na sua conta na rede social X (antigo Twitter), onde partilhou a ligação para o vídeo do seu documentário "Carta a un padre" (2013), onde seguia os passos dos seus antepassados.

Na juventude, Cozarinsky colaborou na revista Sur, onde fez amizade com os escritores Silvina Ocampo e Adolfo Bioy Casares, e conheceu Jorge Luis Borges.

Como escritor, publicou mais de 20 obras, entre romances, ensaios e livros de contos, como "En el último trago nos vamos", que lhe rendeu o V Prémio Hispano-Americano de Conto Gabriel García Márquez em 2018 (inédito em Portugal).

Em 1974 radicou-se na França, onde se dedicou ao cinema. Dirigiu documentários sobre figuras como Ernst Jünger e Stefan Zweig e filmes de ficção como "Les apprentis sorciers" (1977), "Guerreros y cautivas" (1989), "O Violino de Rothschild" (1996), "Fantômes de Tanger" (1997), "Dans le rouge du couchant" (2003), "Ronda Nocturna" (2005) e "Nocturnos (2011).

Cozarinsky regressou à Argentina em 1989 e a partir desse momento dedicou-se à paixão pelo tango, do qual era um fervoroso dançarino, o que o levou à publicação de seu livro "Milongas" em 2007.

Também foi à escrita que dedicou a maior parte do seu tempo após ser diagnosticado com cancro em 1999.