Nik Dodani e Brandon Flynn são os protagonistas de "The Parenting", da Max. O filme, que conta também com Dean Norris, Brian Cox, Edie Falco, Lisa Kudrow, Parker Posey e Vivian Bang, chegou esta quinta-feira, dia 13 de março.

A "comédia hilariantemente assustadora", acompanha o jovem casal Rohan, personagem de Nik Dodani, e Josh (Brandon Flynn) enquanto planeiam uma escapadinha de fim de semana perfeita no campo para apresentar os seus pais. À medida que as tensões começam a aumentar entre os mais tradicionais Sharon (Edie Falco) e Frank (Brian Cox) e os tranquilos Liddy (Lisa Kudrow) e Cliff (Dean Norris), as famílias depressa se apercebem de que a casa que alugaram — gerida pela excêntrica residente local Brenda (Parker Posey)— é assombrada pela presença de um poltergeist de 400 anos.

"Quando um dos pais fica completamente possuído, cabe ao jovem casal e à sua intrometida melhor amiga Sara unir as famílias e travar a entidade maléfica de uma vez por todas", resume a Max.

Em conversa com o SAPO Mag e vários jornalistas, Nik Dodani destaca que "conhecer os pais do nosso parceiro é sempre assustador, independentemente de quem somos ou se existe um demónio real ou se são apenas os nossos próprios demónios. "Este filme é tão divertido porque mistura a comédia com o terror genuíno. E a possessão demoníaca é uma metáfora perfeita para a tensão familiar. E algumas das cenas são verdadeiramente aterradoras e perturbadoras. Mas, depois, há esta história relacionável sobre a dinâmica da tensão familiar por detrás de tudo", resume o ator.

Brandon Flynn concorda, acrescentando que todas as "dinâmicas familiares são diferentes". "Há sempre essa tensão [no caso das pessoas queer], penso eu, em saber se se vão entender, se se vão dar bem. Mas tenho duas irmãs heterossexuais e sinto que elas têm tido mais dificuldade em trazer os seus namorados a casa dos meus pais do que eu tive", revela.

"Acho que as pessoas se vão identificar. Parece uma história muito universal nesse sentido"

The Parenting
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"Quer sejamos gays ou heterossexuais, conhecer os pais do nosso parceiro é muito stressante. Não sei se alguma vez ouvi uma história óptima, super feliz, com sorte, sobre conhecer os pais. Há sempre muita ansiedade... Algum plano corre mal. O que é tão divertido neste filme é que, sim, é sobre um casal gay, mas tudo o que está a acontecer é tão relacionável com qualquer pessoa que já tenha estado numa relação ou numa família. E os pais, em particular, são-no. E os atores que os interpretam conseguem captar tão bem essa tensão incómoda. Acho que as pessoas se vão identificar. Parece uma história muito universal nesse sentido", destaca Nick.

Para Brandon Flynn, além da história familiar, juntar o terror e à comédia foi um bónus. "Por exemplo, o 'Pesadelo em Elm Street' é assim e é um filme muito divertido, mas também é assustador. Acho que é muito inteligente comprometermo-nos a casar os dois. Parece tão humano. Como se a nossa experiência real na vida fosse sentir coisas ao lado de outras emoções", frisa.

"O 'Midsommar - O Ritual' é um dos filmes mais engraçados. Passa-se na Suécia. Ri-me às gargalhadas no cinema e gostei muito da comédia que criava tensão. Acho que o nosso filme é um pouco diferente. Sinto que 'Midsommar' é um filme de terror com alguns momentos cómicos, e o nosso é uma comédia com alguns momentos assustadores. Por isso, no nosso, estamos a apostar mais no humor. E adoro porque a comédia é, provavelmente, o meu género favorito. E trabalhar com estas lendas tornou-o numa espécie de campo de férias de comédia surreal", acrescenta Nik Dodani.

"Parecia o tipo de humor do início dos anos 2000"

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Quando leu o guião pela primeira vez, Brandon Flynn percebeu que seria uma "comédia parva". "Parecia tão de outro tempo. Parecia o tipo de humor do início dos anos 2000, com que eu cresci... o franchise de filmes de terror com que cresci e que adorei. E parecia que estava cheio de frases e momentos memoráveis. Depois de ler, fiquei ansioso para fazer parte", confessa o ator norte-americano ao SAPO Mag.

A relação entre Rohan (Nik Dodani) e Josh (Brandon Flynn) é o centro de toda a história e o motivo da escapadela de fim de semana. "O que mais gostei foi da relação entre o Josh e o Rohan porque parecia muito viva e real. Os casais estão sempre a irritar-se uns aos outros e é muito engraçado ver isso. Mas dá para perceber que eles se amam e querem ser felizes. E foi muito fixe ver um casal assim", destaca Nik Dodani.

Apesar da cumplicidade entre o casal, Rohan tenta que Josh não conte tudo aos seus pais - especialmente que deixou o trabalho para se dedicar à música. Ao SAPO Mag, Brandon Flynn conta que costuma criar playlists para preparar as personagens e, desta vez, não foi excepção: "Crio playlists com o tipo de música que talvez a personagem ouvisse. Neste caso, até as roupas do Josh, o verniz nas unhas... queria que fosse o tipo de pessoa que adora Harry Styles e que se inspira na sua música", revela.

"Para o Josh, isso [a carreira na música] era como um caminho definitivo. Isso acabou por influenciar a forma como eu cantava. E foi muito divertido", acrescenta o ator.

Ao longo do filme, todas as personagens vivem momentos hilariantes. Mas uma das mais surpreendentes pertence a Brian Cox, que aceitou despir-se. "Foi tão divertido. Toda a gente estava a empenhar-se a 100% em cada parte ridícula, em cada fala. Houve um pouco de improvisação. O nosso argumentista Kent Sublette, que é um dos argumentistas principais do 'SNL', estava a escrever alternativas para nós em pequenos post-its e a enviá-los para o cenário e a agitar as coisas. Foi mesmo muito divertido. E a equipa também se estava a divertir imenso. E eu acho que na comédia, quanto mais nos divertimos, melhor é. E foi realmente um momento muito divertido", conta o ator que veste a pele de Rohan em "The Parenting".

"O Brandon e eu começámos no universo televisivo da Netflix"

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the parenting ) Dean Norris, Parker Posey, Nik Dodani, Brandon Flynn e Vivian Bang

Nik Dodani ("Atypical") e Brandon Flynn ("Por 13 Razões") são duas estrelas da "geração Netflix". "O Brandon e eu começámos no universo televisivo da Netflix, que me parece ter sido a época de ouro da televisão. Havia tantos séries por todo o lado. A indústria sofreu um revés nos últimos anos e o volume já não é tão elevado. Mas algumas das melhores séries de televisão estão no ar neste momento - por exemplo, 'The White Lotus' ou 'Sepração'. Há tantos séries que estou a adorar ver e, nesse sentido, é uma altura óptima", frisa o ator.

"Acho que todos os meios têm os seus prós e contras. Mas, sabes, acho que na televisão as pessoas querem mesmo ver e testemunhar personagens a viverem todos estes extremos diferentes, o que é muito divertido para um ator. Quantos golpes é que esta personagem consegue aguentar e por quantos altos e baixos consegue passar?", acrescenta o colega.