
As previsões andavam entre os 65 e 70 em fevereiro e foi sempre a descer até chegarem aos 45, mas foi ainda pior: a estreia da nova versão de "Branca de Neve" da Disney liderou as bilheteiras norte-americanas este fim de semana com valores estimados de 43 milhões de dólares (36,62 milhões de euros) e enfrenta ventos fortes — e algumas críticas pavorosas — para compensar os seus enormes custos de produção.
Sinal de como 2025 está a ser difícil, os 43 milhões ainda são a segunda melhor estreia do ano, apenas atrás do novo "Capitão América", também da Disney. No fim de semana passada, o filme mais visto, "Novocaine", ficou pelos 8,7 milhões de dólares (oito milhões de euros).
Mas a nova versão em imagem real protagonizada por Rachel Zegler e ainda Gal Gadot, que chega quase 90 anos depois do gigantesco sucesso original, enfrentou uma série de problemas — da pandemia a um incêndio dos cenários e as críticas ao uso de efeitos especiais, e não atores reais, para retratar os sete anões.
Estima-se que o orçamento esteja entre os 250 e 270 milhões de dólares após várias refilmagens e tornou-se "um dos projetos mais problemáticos nos 102 anos de história da Disney", de acordo com o jornal The New York Times.
Algumas críticas foram mordazes — o The Guardian chamou-lhe de "terrível de arrepiar os cabelos" — enquanto outras foram um pouco mais gentis, com o The Washington Post a chamar-lhe "surpreendentemente divertido" e o público dando um feedback geralmente positivo, um B+ nos inquéritos CinemaScore realizados à saída das sessões, uma escala que vai do A+ (o melhor) ao F (o pior dos piores). Normalmente, abaixo do A-, que era anteriormente o resultado mais baixo para estas produções do estúdio, os filmes têm mais dificuldades em resistir à erosão de espectadores nas semanas seguintes.
A nível global, as receitas ficaram pelos 87,3 milhões de dólares (80,43 milhões de euros), quando a expectativa, já revista em baixo, era de 100 milhões.
"Embora seja um fim de semana de estreia dececionante, não podemos descartar o desempenho do filme até vermos como ele se comporta nas próximas semanas", disse Daniel Loria, vice-presidente sénior da Boxoffice Company.
Boas notícias houve para o 'thriller' de espionagem "Black Bag", liderado por Michael Fassbender e Cate Blanchett, que subiu um degrau do último fim de semana para o segundo lugar, arrecadando 4,4 milhões de dólares (quatro milhões de euros), para um total doméstico de 14,9 e global de 24 milhões (22,11 milhões de euros), mas ainda longe de compensar o orçamento de 50 milhões, sem incluir o marketing.
Em terceiro lugar e também subindo uma posição em relação ao último fim de semana, beneficiando da pouca concorrência nas bilheteiras, incluindo de "Branca de Neve", ficou "Capitão América: Admirável Mundo Novo", com 4,1 milhões de dólares (3,78 milhões de euros).
A parceria entre Anthony Mackie e Harrison Ford será uma desilusão de bilheteira para o Universo Cinematográfico Marvel: as receitas na América do Norte estão nos 192,1 milhões de dólares e a nível global passaram os 400 milhões (368,52 milhões de euros) ao fim de cinco fins de semana, mas dado o seu orçamento, os analistas estimam que precisaria de 450 para compensar o investimento, o que não vai atingir.
Outra desilusão é "Mickey 17", do vencedor dos Óscares Bong Joon-ho, em quarto lugar, com 3.9 milhões (3,59 milhões de euros).
Com um orçamento de 118 milhões de dólares, sem incluir o marketing, as receitas globais chegaram aos 110 (101,34 milhões de euros) para a comédia satírica com Robert Pattinson, Steven Yeun, Toni Collette e Mark Ruffalo sobre um homem que se voluntaria para missões espaciais perigosas e, após morrer, é repetidamente "reimpresso" para ser novamente enviado.
Já "Novocaine", a comédia de ação com Jack Quaid no papel de um empregado bancário que não consegue sentir dor, teve uma queda dolorosa do primeiro para o quinto lugar nas bilheteiras, arrecadando apenas 3,8 milhões de dólares (3,5 milhões de euros).
Apesar do baixo orçamento de 19 milhões de dólares sem incluir a promoção, os 21,1 milhões (19,44 milhões de euros) que acumulou a nível global estão distantes de ser um sucesso para a Paramount Pictures.

Mas o fim de semana foi ainda pior para outros filmes, como "The Alto Knights" em sexto lugar, o 'thriller' com Robert De Niro a desdobrar-se pelos papéis dos chefes da máfia Frank Costello e Vito Genovese, com 3,2 milhões de dólares em 2.651 cinemas na América do Norte (2,95 milhões de euros) e apenas 5,1 milhões a nível global (4,7 milhões de euros), contra um orçamento de 45 milhões. Um mau arranque para um dos primeiros filmes a receber luz verde da nova liderança da Warner Bros. Discovery em 2022.
Já "Magazine Dreams", o adiado filme do regresso de Jonathan Majors após ser condenado por violência doméstica, arrecadou apenas 700 mil dólares (645 mil euros) da sua estreia em 815 cinemas, ficando foram do Top 10.
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