Sobreviveram aos nazis e, hoje, são elogiados por admiradores como
Quentin Tarantino,
Tom Hanks e
Roman Polanski. Foi nos estúdios Babelsberg que
Fritz Lang rodou o pioneiro de ficção científica
«Metropolis», em 1926. Foi também ali que
Alfred Hitchcock deu os seus primeiros passos na profissão, quando ainda era um jovem assistente de realização.

O primeiro centenário não será esquecido pelo Festival de Berlim que dedicará ao estúdio um ciclo de homenagens, com a projeção de filmes saídos dali, que inclui títulos como
«O Anjo Azul», de Josef von Sternberg, ou
«O Pianista», de Roman Polanski.

Com o título «Feliz Aniversário, Estúdios Babelsberg» a Berlinale lembrará, na edição de 9 a 19 de fevereiro, o primeiro centenário deste complexo cinematográfico que começou a funcionar na época do cinema mudo, passando a ser a catedral da propaganda nazi na década de 1930 e que acolheu, depois da II Guerra Mundial, a filmografia e as produções para televisão da República Democrática Alemã.

Entre as suas paredes trabalharam
Friedrich Wilhelm Murnau, Fritz Lang, Alfred Hitchcock e mais recentemente (foi privatizado, depois da queda do socialismo)
Volker Schlöndorff, Roman Polanski,
Stephen Daldry, Quentin Tarantino ou
Roland Emmerich, entre outros.

«Todos em Hollywood dizem «tanta história, é uma honra trabalhar aqui», com Tom Hanks ou Tarantino, a saber de cor todos os filmes que foram rodados aqui», disse à AFP, Eike Wolf, diretor de marketing dos estúdios.

Hanks protagonizou em Babelsberg o final de «Cloud Atlas», que, com o orçamento de 76 milhões de euros, foi a produção mais cara rodada no local.

Tarantino, por sua vez, construiu a réplica da Velha Paris no estúdio alemão para conduzir o lado de Hitler no filme
«Sacanas Sem Lei».

Clive Owen também esteve ligado ao estúdio, quando ao rodar
«The International - A Organização», foi construída ali, a réplica do Museu Guggenheim de Nova Iorque.

«Berlim é muito atraente para os criativos. É um grande local para filmagens, melhor que Londres, por exemplo», comentou o diretor Charlie Woebcken.

«Hoje, no estúdio Marlene Dietrich, há corredores de madeira onde se pode sentir a presença da própria atriz», comentou Woebcken. A idade de ouro do Babelsberg terminou quando o chefe da propaganda nazi, Joseph Goebbels, tomou as rédeas do Terceiro Reich. Babelsberg tornou-se, então, uma fábrica de filmes de propaganda, como o célebre «Jud Suess», de 1940.

Atualmente, mais de 3.000 filmes foram rodados no local, em boa parte com a ajuda dos subsídios do governo alemão. Entre as produções históricas, rodadas no Babelsberg, além de «Metropolis» (1927) e «O Anjo Azul»(1930), estão
«La Habanera» (1936), «O Pianista» (2002) e
«O Escritor Fantasma».